Nos últimos tempos, o subdestacamento de controlo costeiro de Olhão, da GNR, tem andado muito activo na perseguição de quem anda a trabalhar para ganhar o sustento da família. Claro que cumprem instruções, embora sejam um pouco esquisitas.
Aquela policia vem utilizando drones para verificar quem está a infrigir a interdição da captura de bivalves na designada Zona de Produção L 8, o que nos merece alguns comentários. É que as autoridades têm um site que lhes diz que embarcações estão a operar em toda a costa portuguesa e que tipo de artes utilizam. E como todos sabemos, a nossa costa está a saque por parte de embarcações estrangeiras, mal se percebendo porque se preocupam com o pessoal da ganchorra e deixam os outros rapinar a nossa costa.
Por outro lado é curioso verificar como se utilizam as novas tenologias para a repressão destes casos mas não as usam para verificar os derrames de hidrocarbonetos, de poluição, que são possíveis de detectar através de imagens. Ou seja, as imagens servem para perseguir pequenos pescadores mas os grandes poluidores, a começar pelo Estado, estão impunes.
Com esta brincadeira, apreenderam 600 quilos de conquilha e foram levantados alguns autos de contraordenação, tendo sido dito que os bivalves foram devolvidos ao mar.
A mesma unidade policial apreendeu durante a noite, mais 2600 quilos de berbigão, por ter sido apanhado "fora de horas", pelo que para alem da contraordenação, os bivalves foram devolvidos ao mar.
Tudo isto pode ser lido em https://postal.pt/sociedade/2020-05-21-Apreendidos-3.200-quilos-de-bivalves-capturados-ilegalmente-em-Olhao.
Ora quando despejam os sacos de berbigão no mar, a maioria dele vai morrer até por não cumprir a densidade que lhes garante a sobrevivência, não venham pois dizer que estão a "preservar as espécies marinhas e a salvaguarda da fauna e da flora", nem será propriamente a sua função.
Acontece que no caso do berbigão, no ano passado, foi apresentado um estudo, pelo IPMA, pelo qual o berbigão podia ser capturado com arrasto, desde que a malhagem fosse de tal forma que só capturassem aquele que tivesse o tamanho permitido. Um estudo que ficou na gaveta de uma qualquer secretaria, não tendo conhecido a luz do dia no gabinete do péssimo secretario de estado das pescas. E sabe o secretario de estado, quem em Olhão tem bastantes contactos, que ou o berbigão chega de manhã aos armazéns ou não tem venda, o que obriga ao trabalho "fora de horas". Ou será que o objectivo é esmo acabar com esta actividade? Porque não emite o secretario de estado um simples despacho para permitir a captura de berbigão em condições que permita aos pescadores viver?
E já agora, porque razão o presidente da câmara municipal de Olhão, com o Poder delegado pelo voto daqueles pescadores para os representar, não intercede junto das entidades responsáveis?
Porque vem a talhe de foice, será que vão utilizar os drones para fiscalizar as praias?
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