sábado, 16 de fevereiro de 2008

Os sindicatos e o momento actual

A CGTP realiza o seu Congresso e aponta para a renovação de um terço dos seus dirigentes, invocando para tal a idade desses dirigentes. O problema não está na idade mas sim no que pensam. O problema da CGTP e da UGT é qué são duas centrais sindicais a reboque dos partidos, do P"C"P ou do P"S" e do PSD.

Pegando no descontentamento dos trabalhadores, a CGTP, ao longo dos anos, foi mobilizando os trabalhadores para greves e manifestações às sextas ou segundas feiras, caindo no descrédito. Os sindicatos são os principais causadores do desencanto que os trabalhadores manifestam. Os governos estão lá para aplicar medidas que na maioria dos casos não nos podem agradar mas cabe aos sindicatos mobilizar e lutar contra essas medidas, mas lutar de uma forma consequente. Não há que temer a requisição civil, não há que temer os "serviços mínimos", aliás duas medidas próprias do suporte ideológico da CGTP. Não é com greves de um dia e a prolongar o fim de semana que se credibiliza a luta dos trabalhadores. É com dias sucessivos, sem data para terminar a greve, se necessário, até fazer cair um governo. A UGT só existe para tornar folcórico o movimento sindical. Todos nós sabemos o que é a UGT.

Os trabalhadores deste país devem perceber que uma coisa é o discurso para os trabalhadores, outra coisa é o discurso à mesa das negociações. Muitos anos à frente de um sindicato, de uma associação, conduzem quase sempre a um conjunto de "compromissos" que impede de se ser consequente. Se formos analisar à lupa cada um dos sindicatos, provavelmente acabaremos por chegar à conclusão que os sindicatos não tem receitas que lhes permitam pagar o aluguer das suas sedes, pagar aos seus funcionários e aos seus dirigentes. Por outro lado, seria interessante sabermos da "vida" de cada um desses dirigentes para sabermos como conseguem ter uma vida muito acima dos trabalhadores que "representam". Mas isso não interessa aos sindicatos, não interessa aos seus dirigentes, não interessa ao patronato, não interessa ao governo nem aos "fazedores de opinião" porque no jogo de "compromissos" existe este complexo emaranhado de interesses...

2 comentários:

Anónimo disse...

Este blog e so pseudo contestação á situação politica. parece ser do MRPP que tanto mal fez aOlhão. Diz para aqui que defende os trabalhadores mas não é verdade.Ataca mas é a CGTP e o Partido Comunista que é quem mais tem defendido os trabalhadores portugueses.é por causa do radicalismo e dos ataques ao Partido Comunista é que Olhão está assim. O Povo de Olhão regeitou o mrpp mas não aceitou o PCP a 100% por causa dos ataques da pseudo esquerda e acabou por escolher o PS para a Camâra.tenho dito

pescador disse...

Ser ou não ser do partido A ou B não é o que está em causa, porque em todos os partidos há gente válida, há gente sincera, há gente que quer a mudança. Em relação ao P"C"P o que me apraz dizer é que ao longo dos anos esse partido tem feito parte do sistema e também deu o seu contributo para a situação em que caímos. Não foi o P"C"P que lançou a requisição civil quando esteve no Poder? A questão trata de saber se a forma como as manifestações e greves que tem sido convocadas de há muitos anos a esta parte não tem contribuído para a descrebilização do movimento sindical. O descontentamento grassa mas não é com greves de um só dia, à sexta ou à segunda feira que se chega lá, porque o que passa para a opinião pública é de que a greve só serviu para prolongar o fim de semana, não sendo por isso uma greve consequente, não tendo efeitos práticos como o tempo se tem encarregue de mostrar. A situação chegou a um ponto tal que as formas de luta tem que ser muito mais duras do que as que tem sido propostas.