Para José Sócrates a educação vive em estado de graça, tudo são rosas, é só sucesso. Ou todos nós somos míopes ou o primeiro ministro vê aquilo que mais ninguém vê.
Na entrevista de ontem à SIC, quando questionado se achava que o facto de haver alunos que não sabem ler nem dividir quando chegam à 4ª classe, ao final do 1º ciclo do ensino básico e com o facto de haver alunos que chegam ao final do 12º ano, portanto, candidatos ao ensino superior que não conseguiam redigir uma frase com princípio, meio e fim, José Sócrates respondeu com o sucesso, mais alunos, menos escolas, menos abandono escolar.
Qualquer pai gostaria que os seus filhos "passassem" com conhecimento de causa, que dominassem as matérias. Mas também há pais que se querem que os filhos "passem" a todo custo. Na sociedade em que vivemos, com ritmos de trabalho mais intensos, com amsi horas de trabalho como preconiza a nova legislação, os pais vão ter cada vez menos tempo para dedicar alguma atenção aos filhos e situações dessas conduzem alguns pais a aceitar os resultados como bons, desde que os seus educandos não reprovem.
Os professores, por força das circunstâncias, são como que compelidos a irem "passando" os alunos, tendo conhecimento de que alguns (para não dizer muitos) não tem os conhecimentos suficientes para "passarem". Mas, que fazer? Muitas vezes quando um professor explica a um pai que seria preferível "reter" o filho no mesmo ano para que ele consolide alguns conhecimentos, os pais (nem todos) reagem intempestivamente, culpando os professores pela sua "incapacidade".
O processo de avaliação dos professores confunde tudo. Há que ter em conta o "meio" de onde é proveniente o aluno, o extracto social do aluno, os meios que o aluno tem para o auto-estudo, que apoios o aluno pode ter. Nem todos ganham o que os senhores ministros, secretários de estado e deputados ganham, nem todos tem meios para pôr os filhos em colégios particulares, nem todos tem meios para um bom explicador e muitos não tem meios para explicador algum e, naturalmente, os resultados serão diferentes. Sendo a avaliação subjectiva, que objectividade poderá ter a valiação que a snrª ministra quer implementar?
No fundo, bem lá no fundo, o que o governo pretende é forçar os professores a levarem os alunos até ao 12º ano sem reprovarem, apenas para as estatistíticas, para a escola de "sucesso".
Os RVCC são o exemplo disso. Quando se pede logo à cabeça que se "façam" 1.000.000 (um milhão) em três anos, que se pode depreender?
1 comentário:
parabéns pelo blog.
quanto ao exm.º sr sócrates só posso dizer que os cerca de 10 milhões de portuguesas deveriam condená-lo a uma pena bem pesada por estar a afundar o nosso país.
quero ver de que vamos viver qundo já não houver dívidas ao estado, para pagar e não for possível aumentar mais os impostos.
será que ele não consegue perceber que o nosso país precisa de criar riqueza?
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