Amanhã, dia 10, é o dia D para o Bruno Daniel ser despejado da casa comunitária num processo de todo escuro, escuridão habitual em todos os actos da Câmara Municipal de Olhão.
O responsável máximo pela edilidade, o aprendiz de presidente António Pina, finge nada saber da situação, delegando competências na fascista vereadora com o pelouro da acção social, que ignora, mente ou omite os factos.
O Bruno Daniel residiu naquela casa durante ano e meio de forma clandestina e foi necessário uma denuncia para que os serviços sociais da Câmara se dessem conta de um intruso na casa, o que por si só da falta de acompanhamento do que se passava na casa durante aquele tempo.
É verdade que o Bruno Daniel foi ajudado por um dos residentes, precisamente aquele que hoje vive na rua, um novo sem abrigo e já lá vão cerca de cinco meses sem que os serviços sociais da Câmara tivessem a mínima preocupação com isso, apesar do individuo ser portador de doenças e merecedor de tratamento e acompanhamento.
Acontece que durante a ausência do individuo em cauda deixaram de existir conflitos na casa, mal se percebendo como é os serviços sociais aparecem agora com relatórios onde registam conflitos, numa altura em que os não há. E se é verdade que antes existiam conflitos, que ninguém nega, também não é menos verdade que a convivência com um alcoólico cuja auto-estima está abaixo do zero, pautando o seu dia-a-dia pela total ausência de higiene pessoal e na casa, e e será sempre, difícil susceptível de gerar conflitos. Mas os conflitos gerem-se e a sua gestão é da inteira responsabilidade dos serviços sociais, onde há demasiada gente de barriga cheia contrastando com o publico alvo da sua acção.
O, por enquanto sem abrigo, conta com o apoio familiar em caso de internamento para se tratar das diversas doenças quer para elevar a sua auto-estima e tornar-se um homem útil à sociedade. De outro modo, aos familiares é completamente impossível suportar, tal o grau de degradação e miséria humana em que se encontra. A questão não é apenas dar um tecto mas acompanhar e tratar as pessoas. Os serviços sociais da autarquia t~em relações privilegiadas com a Segurança Social, Centro de Saúde ou Ministério Publico e deverão procurar nesse quadro a melhor forma de tratar a pessoa, o ser humano em questão. Não é pela degradante situação em que vive que deixa de ser tratado com um ser humano.
Porque razão a Câmara Municipal de Olhão, resolve de um pé para a mão, a desocupação parcial da casa?
Pois bem, no âmbito do Polis, as casas dos ilhotes são para demolir e há sete famílias que terão de ser realojadas. Apesar de já se terem passado quatro anos sobre a identificação das famílias a realojar, a Câmara Municipal de Olhão não tomou qualquer iniciativa no sentido de resolver os casos, que vêem agora chegar o prazo final para a saída das casas.
É neste contexto que a Câmara Municipal de Olhão procura, apressadamente, assegurar o realojamento das famílias dos ilhotes, despejando aqueles que por razões diversas se apresentam como os mais fragilizados. Tirar uns e colocar outros no seu lugar, é esta a exemplar gestão de conflitos dos serviços sociais da Câmara Municipal de Olhão.
REVOLTEM-SE, PORRA!
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