Desde o passado dia 17 que está interdita a apanha de bivalves na Ria Formosa devido à presença da toxina DSP, como se pode ver em http://www.ipma.pt/resources.www/transf/biotoxinas/rb_bivalves_170414.pdf .
Apesar desta proibição a apanha e comercialização dos bivalves continua como se nada acontecesse devido à fraca divulgação da interdição decretada pelo IPMA, o que pode pôr em causa a saúde publica mas também comprometer o futuro da actividade se ocorrer um surto de diarreia junto dos consumidores.
Curiosamente, no litoral da Ria Formosa, a interdição afecta a apanha de toda a espécie de bivalves excepto a ostra que como se sabe tem uma capacidade de filtração muito superior à dos restantes bivalves e que logicamente estaria mais contaminada por efeito da bio-acumulação, mal se percebendo a excepção decidida.
Esta é uma época de grande consumo de bivalves, particularmente por parte dos espanhóis que nos visitam e que merecia uma maior atenção por parte das autoridades, pese embora as dificuldades por que passam os produtores, não se podendo confundir os interesses económicos com os da saúde publica.
As biotoxinas têm origem em fitoplancton potencialmente toxigeno existente no meio marinho mas potenciado pelas descargas dos efluentes provenientes das ETAR, ricas naquele fitoplancton mas também em nutrientes com efeito multiplicador do mesmo, situação que é omitida, negada mesmo, pelas entidades envolvidas, nomeadamente o IPMA.
Temos assim, por uma lado a protecção dos interesses económicos dos grandes produtores de ostras, afectando os pequenos produtores de bivalves, mas por outro, entidades publicas que poluem o meio marinho, originando perdas acentuadas tanto ao nível da produção como da comercialização dos bivalves.
Se analisarmos a situação da produção de bivalves no contexto mais vasto e complexo daquilo que se prepara para a Ria Formosa através dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), do Parque Natural ou do Espaço Marítimo, com as restrições aos habitantes indígenas (demolições), às actividades económicas tradicionais, mas que ao mesmo tempo tudo permitem ao uso balnear, então bem se pode dizer que o que está na forja é a expulsão dos "feios, porcos e maus" para introduzir no seu lugar, o elemento estanho.
Se os decisores políticos tivessem a intenção de resolver o problema da taxa de mortandade dos bivalves ou das biotoxinas passariam a disponibilizar os efluentes das ETAR, ricos em nutrientes agrícolas como fosforo e azoto, aos produtores agrícolas, particularmente para aplicação nas culturas arvenses, reduzindo os focos de contaminação microbiologica ou de fitoplancton potencialmente toxigeno, uma solução de baixo custo e mais amiga do ambiente.
O Estado não resolve porque não quer devido a uma agenda oculta para o futuro.
REVOLTEM-SE, PORRA!
9 comentários:
Onde andam as autoridades? todos os dias chegam centenas de quilos de ameijoa e berbigão da ria sem problemas de venda,esteja interdito ou não ( interdição o que é isso em Olhão) para que tanta preocupação se ainda não morreu ninguém só quando alguma coisa acontecer é que passa a ser desgraça.
tenham coragem e tomates e falem a verdade pois as proibicoes sao parceais e nao totais logo ha locais onde é permitida a captura
Pois e as concuilhas e outros mariscos que são apnhados no litoral que tambem que também esta interdito.
Isto parece uma novela mexicana... Hoje os bivalves.., amanhã Pina ou a ETAR? Ou será a saída do sem abrigo da pensão? Espero que quando ele sair estejam lá TODOS os vereadores e as forças vivas de Olhão... É só rir...
Tambem se sabe que nem em todos os lados fizeram analises. As toxinas entram ou saem da Ria? É porque se entram, quando a maré enche a agua espalha-se por todo o lado. As toxinas não pedem licença para se desviarem e irem apenas para um lado. Foi assim que a Ria foi desclassificada, por falta de analises. Continuam a brincar com estas coisas até acabar com tudo.
Ao anónimo das 20:00h :
Espero que nunca lhe falte a si ou à sua família onde dormir e o que comer. Devia ter vergonha de troçar da desgraça alheia. Não há dúvida que a pior miséria é da espirito e nessa V. Exa. parece ser pródigo.
Bivalves, cidades, desenvolvimento, indústria, turismo, bandeiras azuis, etc, alguma coisa terá que ficar pelo caminho. Tudo isto ao mesmo tempo é que é incompativel.Não se trata da incompetência ou menor atenção de A, B ou C, mas sim de opções para o desenvolvimento e de conforto que ninguém no fundo quer abdicar. É a quadratura do círculo da harmonia ambiental. Por favor deixem de ser hipocritas e cinicos e contribuam com realismo para a resolução desta situação.
as grandes superficies tinham muito
marisco congelado (bivalves) vindos
de paises a preços insignificantes.
Então e essas importações serão le~
gais? A ASAE já fiscalizou correta-
mente a validade dessas importações?
Já alguém perguntou se as ameijoas
brancas congeladas importadas,antes
de congelar estariam em condições
sanitarias? e nesses paises de ori-
gem existem regras sanitárias??????
Anónimo das 15 horas de 22/4/2014, por favor não seja sonso e farisaico, porque você sabe muitissimo bem qual o alvo do comentário, o qual não era com certeza o pobre do sem abrigo que foi usado pelos políticos da nossa pobre praça e pelos autores deste blogue da pior maneira possível para atingir o PS e o PSD. O alvo é a paupérrima e viciada estratégia editorial deste blogue, aliás bem em linha com os políticos da nossa praça sem excepção, da esquerda à direita, e da cobardia dos vereadores em não aparecer na acção de despejo. Ninguém no seu perfeito juízo quer mal ao sem abrigo, o qual deve estar a sofrer a incerteza do seu futuro, sentindo também quanto ciníca, hipócrita e oportunista pode ser a sociedade onde ele está ou deveria estar inserido.
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