sexta-feira, 1 de novembro de 2019

RIA FORMOSA: A MIOPIA DAS ENTIDADES PUBLICAS É INOCENTE?

O jornal Sulinformação em https://www.sulinformacao.pt/2019/10/so-o-ambiente-nao-viu-muro-de-betao-ilegal-construido-no-farol-a-vista-de-todos/, dá-nos conta da construção de um muro com cerca de trinta metros de comprimento por metro e meio de largura e meio metro de altura no núcleo do Farol na Ilha da Culatra.
Antes do mais queremos dizer que a nossa posição em relação às casas nas ilhas barreira é será sempre contra a sua demolição seja para efeitos da chamada reposição da legalidade que já se percebeu não passar de uma treta para substituir os actuais proprietários por outros mais endinheirados. Razões ambientais também já se percebeu que não existem.
Sendo verdade que as formações geológicas do tipo da ilhas barreira levam milhares de anos a formar-se, também não será menos verdade que foi por acção humana que ela se tem vindo a deteriorar, com a construção de molhes, esporões e outras obras de engenharia pesada.
Como consequência a principal barra do ecossistema tem vindo a perder a sua capacidade de renovação de aguas e até de navegabilidade, pelo que foi desclassificada como tal. Estamos a falar da Barra da Armona!
Com a barra da Armona assoreada, as correntes marítimas, no interior da Ria Formosa, em direcção à barra do Farol aumentam significativamente, arrastando as areias e onde antes haviam enormes manchas de areal e que permitiram a construção de casas, agora estão cada vez mais reduzidas.
E foi com base nesse argumento, a distancia das casas à linha de preia-mar, que as entidades decidiram traçar uma linha para definir as casas que jogariam abaixo; só que ao faze-lo e retirados os escombros, a agua chegou mais perto das outras, o que seguindo o mesmo critério, as colocaria em zona de risco.
Durante o processo de demolições, foram instaladas câmaras de vídeo-vigilância para verificar as movimentações naquele núcleo e identificar os presumíveis prevaricadores. A Policia Marítima, a APA, o ICNF estavam atentas a todas as movimentações e tinham até quem com elas colaborasse, entendendo como necessárias algumas demolições.
O mal menor diziam elas!
Com a redução da mancha de areal, alguns moradores, que ninguém sabe quem são, construíram o tal muro de defesa e nenhuma das autoridades vou ou sabia da sua existência, como nos dá conta a noticia. Mais, mostravam total ignorância na matéria!
Será que esta ignorância é inocente? Ou será que quem fez o muro estaria protegido por algumas entidades? É que só assim se compreenderá que ninguém tenha visto, ouvido ou saiba do que ali se passa.
Ao contrário, a zelosa Policia Maritima que costuma andar na zona para caçar pescadores, mariscadores ou quem procure o sustento na Ria, também não viu nem soube de nada.
Se as ilhas barreira integram o dominio publico hídrico e o Parque Natural da Ria Formosa como é que as entidades com responsabilidades justificam a santa ignorância. Dirão que abandonaram o Parque? Não, isso não podem dizer porque seriam demitidos. E o ministro também não sabe de nada? Então demitam esta merda toda!

16 comentários:

Anónimo disse...

É o resultado que aparece quando um problema de fácil solução enfrenta a dificuldade de mil constrangimentos, alguns sem solução, no veredicto de mafiosos armados em deuses na matéria. No enquadramento paisagístico a obra de arte peca por falta de camuflagem decorativa com cascas de ostras, de búzios, de ameijoas, de ferros de engomar..., flora nativa.

Anónimo disse...

Moss mas eu vi os vigilantes do parque a tirar fotografias, como é que não sabiam
hahaha

Anónimo disse...

Muro das Demolições versus muro das Lamentações, lugar de peregrinação e meditação.

Anónimo disse...

A ignorância quando é santa não tem que ser justificada. O contrário sim se fosse diabólica.

Anónimo disse...

Queres fotos de quem andava a fazer o muro? Aquele loiro do barco "2 netos" que vende o peixe todo à escapa e gasta o guito todo em charros e o velho quem tem a língua mais suja que eu já vi numa pessoa daquela idade, um velho que lá tem 2 barcos num vai e vem, um dos barcos chama-se "sonho meu", esse velho já o vi enxovalhar mulheres e crianças. São os senhores que se acham donos daquela zona da ilha, ofendendo e ameaçando toda a gente que ali chega, e ainda aquele que aparece sempre na televisão a fazer de desgraçado, um que tem uma mancha na cara. Até baterias de carro e amianto foi usado como enchimento para o muro!

Anónimo disse...

Os molhes, o antigo quebra-mar e o esporão de pedras que separava a chamada praia pequena da praia grande na zona de oceano no núcleo do Farol foram ao longo dos anos ignorados pelas autoridades. Deixaram estas estruturas degradarem-se, não reforçaram o(s) esporão(s), destruíram o quebra-mar! Resultado, não havendo estas protecções, o volume de areal diminuiu progressivamente nas praias devido às correntes, às marés, às dragagens, ao degelo dos pólos, o que vocês quiserem! Como se provou, os rios de dinheiro gastos com cascalho pela Polis para repor e tentar aumentar as praias não deu resultado. É verdade que o nível do mar tem subido minimamente, mas se há 50 anos os entendidos fizeram essas estruturas é porque sabiam o que estavam a fazer! Conheciam as correntes que envolvem as ilhas barreira. Sabiam da necessidade da sua construção. Tanto que, como exemplo, foi a partir da destruição do pequeno quebra-mar do Farol que a chamada praia pequena começou a ficar sem areia. Na Fuzeta, não havia protecção alguma e foi por isso que há mais de uma década atrás o mar e um vendaval fora do comum associado a marés-vivas varreu a praia e as casas que lá estavam, diga-se de passagem também elas muito perto da praia para não dizer em cima das dunas!Hoje a própria natureza e a acção do Homem, incumbiram-se de repor a praia da Fuzeta. Se formos para a chamada ilha/praia de Tavira, para esses lados, os areais são extensos e aí já não há degelo! O que o artigo do jornal não fala é que ao longo dos últimos 40 anos têm sido roubadas areias em quantidades descomunais na Ria Formosa. Em zonas sensíveis como junto à abandonada rede da Marinha ou mesmo em frente do núcleo do Farol, ou com dragas que tiraram e tiram areia do fundo destruindo zonas de seba. Por empresas de areias bem conhecidas que trabalham na Ria Formosa para tirar areia para a construção. Por privados que ao longo dos anos enchiam e enchem barcaças de areia retirada precisamente da zona costeira no interior da Ria. Areias essas utilizadas para criar e reforçar viveiros de ameijoas e não só. Portanto, a construção dos 30 metros de betão no núcleo do Farol-nascente tem precisamente o objectivo de impedir que a água no tempo das marés vivas, principalmente, inunde a ilha. Marés vivas que alagavam as ilhas nas décadas de 70 e 80 e que foi precisamente por existir esses montes de entulho que permitiram que a água não mais entrasse. O problema é o de sempre (NEGÓCIOS privados e de Estado): não interessa a certa gente que existam barreiras criadas pelo homem para impedir a passagem e entrada da água tanto na costa como na Ria. Há que passar a imagem de que o perigo de desaparecimento das ilhas é inevitável ou iminente para que novamente comecem o mais depressa possível a demolir casas, em especial no núcleo do Farol-nascente (numa 1ª fase) porque querem replicar nesse espaço nos próximos dez anos, se possível, o que se fez na ilha Deserta, limpando a área de habitações e colocando lá empresas turísticas monopolistas. Tornar aquilo uma zona para os ricos com a desculpa do chamado eco-turismo que por sua vez dá origem aos chamados eco-resorts. Zonas exclusivas que já existem noutras partes do país. Claro que a acontecer esse processo haverá novamente rios de dinheiro da UE para protecções, esporões, reforços de areia, palafitas, molhes, há-de ser à grande porque se tem que proteger as ilhas da subida do nível da água!!! Em suma, algum papagaio do turismo de papel foi fazer queixinhas ao jornal para ver se mandam aquilo abaixo!

Anónimo disse...

... "Portanto, a construção dos 30 metros de betão no núcleo do Farol-nascente tem precisamente o objectivo de impedir que a água no tempo das marés vivas, principalmente, inunde a ilha."

É esse o verdadeiro objetivo? Pensava que fosse um outro - o de alguns proprietários de construções clandestinas tentarem evitar a violação do critério definido anteriormente pelo actual ministro do Ambiente (edificações situadas dentro da faixa de 40 metros a contar da linha de água), violação essa cuja consequência seria a consequente demolição do edificado.

Anónimo disse...

Então, o SOS Ria Formosa não se manifesta perante este crime ambiental?

Anónimo disse...

Ecos da Tugalândia! Outro acontecimento sobrenatural na Ria Milagrosa.Um pertinente alienígena instalou-se e nenhum radar, câmara, cão ou pessoa o detectou, muito menos por aquilo que é conhecido como autoridade míope e vesga.

Anónimo disse...

Entao o pina diz que a poluição é da Etar. Que as analises sao a 2 milhas do T mas o mentiroso nao diz que as analiz3s feitas mesmo em frente ao T nos lombinhos e no costado da antonia tambem deram os tais 96000

Anónimo disse...

Anónimo de 2 de Novembro de 2019 às 20:05... devia estar melhor informado! Nestes últimos três anos já foram demolidas casas que estavam a 40 metros da linha de água e não fui eu que as demoli, foram as autoridades competentes sob ordem judicial defendendo os critérios do actual ministro do Ambiente.Se lá ficaram casas é porque já deixaram de ser clandestinas, termo que você deveria rever no dicionário! O muro foi feito ilegalmente, mas objectivamente as medidas correctivas de protecção da orla costeira não podem passar só por demolições de casas (e muros) porque não resolve problema algum e como expliquei em certos casos a ausência de construções sejam elas, clandestinas, ilegais, legais, concessionadas ou então de muros de protecção, molhes, esporões, colocação de areias, etc, só beneficia a entrada da água. Na Holanda se o ser humano não tivesse agido, metade do país estava debaixo de água! Quem devia fazer alguma coisa era precisamente o ministério do Ambiente para que essa questão dos metros não fosse argumento periódico para demolir as casas que você chama clandestinas mas que na verdade o termo certo é ilegal. Eu vou-lhe explicar com o exemplo do muro. O muro de 30 metros é uma construção ilegal porque não foi dada autorização para a sua construção. Seria uma construção clandestina se tivesse sido feita às escondidas e todas as autoridades da Ria souberam da sua construção, assistiram e nada fizeram para a impedir, tal como as casas que estão na ilha e que foram construídas há 45-50 anos! É óbvio que as pessoas que têm casas mais perto da linha de água receiam que, tal como o ministro anunciou, se façam medições de três em três anos para verificar o critério dos 40 metros e que tal afecte as suas casas devido à eventual subida do nível da água. Agora pergunto-lhe, em centenas de locais do país onde estão construídas habitações legais (hotéis, Resorts, vivendas de luxo, restaurantes, etc) em arribas ou em zonas a 40 metros ou menos da água o que é que as autoridades têm feito ou pretendem fazer para evitar algum desastre nesses sítios? Você já ouviu falar em demolições na Quinta do Lago onde mansões estão praticamente em cima de água! Não estão também a violar o mesmo critério ou este é só para ser aplicado efectivamente no Farol, nos Hangares e na Armona? (continua)

Anónimo disse...

(continuação) Você tem dúvidas das pretensões dos governos em se verem livres das casas das ilhas para posteriormente usarem essas zonas para um turismo que sirva os hotéis de Faro e Olhão ou empresas como a Animaris de Faro que tem o controlo de toda a exploração económica da ilha Deserta e das actividades náuticas que a rodeiam? Já reparou na quantidade de "empresas" de passeios na Ria que surgiram nos últimos anos? Já reparou nos preços praticados? Até o hotel em Olhão já tem um barco da carreira para levar os seus clientes para as ilhas/praias. Não era muito melhor fazer desaparecer todas aquelas casas que estão nas ilhas e construírem lá uma série de restaurantes, bares, apoios de praia/concessões, bungalôs para alugar,... até um resort palafiteiro está no horizonte para lá ser construído por uma empresa francesa que tem ligações ao ministro do Ambiente e da sua família! Informe-se! Investigue! O muro esse, foi feito e o pessoal da torre de vigia que se encontra no Farol deve estar de férias! Não tenho casa na ilha nem estou a favor da construção de um muro de forma ilegal, mas compreendo a necessidade que levou à sua construção. E o argumento que sua excelência apresentou depois de retirar a parte que lhe interessou do meu comentário, afinal é o mesmo do que o meu, mas você põe o ênfase no "clandestino" enquanto eu falo em impedir as águas de alagarem a ilha e você fala nos 40 metros que entretanto já foram medidos para anteriores e recentes demolições. Não estaremos a falar na mesma coisa mas com perspectivas ou interesses diferentes. Interesses que suponho que sejam mais da sua parte do que da minha porque repito não tenho casa na ilha e pouco a frequento. Foi você que escreveu o artigo no jornal? Foi você que escreveu o texto aqui no Blog? Tem interesses económicos na zona ou na Ria? Está numa de vendetta pessoal como o outro que fala dos donos dos barcos e de charros! Compreendeu o que eu escrevi mas só lhe interessou criticar a conclusão que eu retirei em relação ao muro! Olhe que pelas fotos que acompanham o artigo do jornal onde se observa a estrutura da polémica, dá a ideia que foi ali construída uma segunda barra com molhes ou a "muralha da China", tal é a dimensão do dito muro! Aquilo é caso para polémica para ir já para a tvs, porque os supostos 30 metros são um atentado que prejudica o povo português de uma forma escandalosa! Como é possível! É demolir o muro, nada se fazer e esperar que a natureza com os anos obrigue a uma intervenção - vai tudo abaixo- que depois beneficie outros! Chamo ao artigo em questão e à relevância dada ao muro aquele, que faz um mal danado, um acto miserável e de hipocrisia que defende com conhecimento ou ingenuamente interesses de terceiros.

Anónimo disse...

Em Roma passar por romano e num manicómio por anormal. Não há volta a dar mon.

Anónimo disse...

moss ió ó macaco do dia 4 de Novembro das 12.45, vens defender o muro da vergonha feito à vista de todos como foram feitas as casinhas na Ilha do farol,deves ter alguma na Ilha não?não te vi todo alvoraçado e com esses argumentos, quando demoliram as casas onde construíram agora o muro e que o pina afirmou na comunicação social que tinham de ir abaixo pois davam mau aspecto à Ilha do Farol.tenham vergonha.

Anónimo disse...

Duas breves notas ao arrazoado anónimo de 4 de Novembro de 2019 às 12:41

i) O adjetivo clandestino

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa e Editorial Verbo, 2001, considera várias acepções para a entrada "clandestino", a saber :

1. Que se faz ou realiza em segredo; às ocultas; em clandestinidade; geralmente com carácter ilícito.

2. Que é contrário às leis; que não é autorizado por lei. ≈ ILEGAL.

No comentário de 2 de Novembro de 2019 às 20:05 foi utilizada propositadamente a primeira acepção para enfatizar a circunstância, como certamente se recordará, apesar de não ter casa na ilha e de pouco a frequentar, de algumas daquelas casas terem surgido como por milagre da noite para o dia (às ocultas).

ii) Critérios risco/ilegalidade

O critério dos 40 metros ( um critério subjectivo de medição do risco) foi o subterfúgio encontrado pelo 1° governo de António Costa para aliviar a pressão e satisfazer as reivindicações de alguns líderes regionais do seu partido, bem como dos parceiros da chamada "geringonça", que há época se opunham à adopção do critério da ilegalidade (um critério objetivo) enquanto instrumento a utilizar na resolução do problema das construções clandestinas do Farol nascente. A escolha do critério do risco em detrimento do critério da ilegalidade redundou numa série de injustiças que ainda hoje estão bem à vista.


O resto é conversa ....

Anónimo disse...

A Ria Milagrosa continua a ser uma fonte de gozo da MAFIA. Qual será o próximo episódio da trágica comédia?