terça-feira, 8 de maio de 2012

ALGARVE: DENUNCIAR ACORDO DE PESCAS

O Diário Online fez a noticia que damos a conhecer no link http://www.diarionline.pt/noticia.php?refnoticia=127263 e que nos merece o seguinte comentário:

1- Um acordo de pescas transfronteiriço que dá a uma das partes uma vantagem de 100 embarcações é sempre um mau acordo, agravado pela capacidade que essa parte evidencia. Na verdade trocar 33 licenças de pesca por 133, é no mínimo absurdo, quando de um lado, o espanhol, estão barcos de arrasto e outras artes das mais predadoras e do outro, o português o que se utiliza são artes de pesca artesanal, mais selectivas e ainda assim restringidas a zonas de pesca sem qualquer interesse.
2- A ausência de um politica de pesca sustentável é o que está no cerne da questão. É que do lado português, a mingua de ganhos, leva a que os armadores e pescadores sejam capazes de defender uma troca que hipoteca o presente e o futuro da pesca. A ideia errada dos defensores de uma tal solução só é possível porque as instituições, publicas, como o IPIMAR, a Direcção Gera das Pescas, o ICNRB e a própria Direcção Geral do Ambiente, não são capazes de irem para o terreno e explicar a pescadores e armadores do logro em que estão a cair.
3- A captura intensiva e de juvenis é contraria às boas praticas para pescarias sustentáveis, porque , se   por um lado a  intensificação das capturas leva à redução dos stocks e pode mesmo conduzir à exaustão de recursos naturais, a captura dos juvenis, vai impedir que no futuro possam capturar espécies adultas. Na pesca, como em tudo que diga respeito á exploração de recursos naturais, é preciso ter em conta o equilíbrio entre o bom estado dos stocks e a necessidade de resultados económicos dos operadores como forma de garantir o trabalho no futuro.
4- A cedência a grupos de pressão ou de interesses não pode pôr em causa o interesse nacional e o futuro das novas gerações, pese embora as dificuldades que o sector da pesca vem atravessando. Impõe-se por isso e de imediato um politica de defeso, mais prolongado que o habitual, por forma a que os pescadores não tenham a necessidade de demandar outros mares e que assegurem um futuro mais risonho.
Alguns políticos, têm vindo a terreiro com propostas de restrições e ou repressivas para os pescadores e alimentando a ideia de que não há condições para se fazer um defeso, esquecendo que a empregabilidade no sector hoteleiro é no essencial sazonal, durando cerca de seis meses e com a segurança social a pagar o subsidio social de desemprego. Se há dinheiro para uns, como explicar que não haja para outros? É a pesca o parente pobre da economia? Não pagam impostos como os demais?
5- Os sucessivos governos têm praticado uma politica de vende pátrias, de submissão aos poderosos interesses pesqueiros da vizinha Espanha, pondo em causa o futuro da nossa pesca pela delapidação dos recursos naturais a favor daqueles.
Os barcos espanhóis rapinam tudo, porque do outro lado da fronteira, tudo o que é proibido vender em Portugal, lá é permitido, sendo exemplo esclarecedor a situação da marmota, sem tamanho, vendida como verdinho.
Contra isto, os pescadores portugueses têm de erradicar algumas ideias erradas e combater a politica do Poder impondo o defeso e o Código de Boas Praticas para Pescarias Sustentáveis da FAO.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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