quarta-feira, 9 de maio de 2012

OLHÃO: FABRICAS DE SAL E POLUIÇÃO

As pessoas não se apercebem do que está por traz da industria do sal e as suas consequencias. O sal é tirado das salinas mas depois é tratado nas fabricas para limpeza, a chamada higienização, que deixa resíduos. Os resíduos vulgarmente conhecidos por lamas têm de ser tratados, não havendo no nosso País quem o faça com custos a que os industriais procuram fugir.
Há fabricas que jogam pura e simplesmente esses resíduos no sistema de esgotos e outras que os misturam com outras lamas para serem aterrados. No primeiro caso, a elevada percentagem de cloretos impede a despistagem da Carência Química de Oxigénio nas águas residuais urbanas que são despejadas na Ria Formosa; no segundo o sitio onde forem depositados aqueles resíduos pode provocar a salinização dos lençóis freáticos para alem de impedir, durante anos, a sobrevivencia de qualquer vegetação, tornando os solos estéreis.
Percebemos as razões dos industriais, que a darem o tratamento adequado teriam de pagar 0,10 euros por quilo de resíduos, valor acima do próprio sal só suportável por se tratar de uma pequena percentagem do sal higienizado. Em matéria de ambiente, particularmente a industria encara-a como um custo desvalorizando o impacto negativo e os custos que no futuro as suas asneiras vão implicar.
No entanto, aquando do licenciamento, todos são informados das suas obrigações, mal se compreendendo porque não existe uma fiscalização efectiva aos resíduos e do seu encaminhamento para destino adequado. As autoridades ambientais omitem, fingem não saber ou ignoram pura e simplesmente os crimes ambientais resultantes de praticas proibidas, com consequencias para a Ria Formosa.
Negligenciar o ambiente é contrario ao desenvolvimento sustentável porque se é verdade que permite a criação de mais valor e emprego também o é quando põe em causa o futuro e o equilibrio natural da Ria Formosa, degradando-a ainda mais do que já está.
O ICNB, a extinta ARH, a CCDR e a Câmara Municipal de Olhão, com responsabilidades no licenciamento, no ambiente e no domínio publico hídrico, sabem da situação e têm muitas responsabilidades nos crimes cometidos contra a Ria Formosa. Nalgumas destas entidades houve mudanças de cadeiras mas a mosca varegenta continua.
A população de Olhão deve e tem de combater os crimes cometidos contra aquela que é o suporte, o sustento de milhares de pessoas, a Ria Formosa.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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