Aquilo que se sabe e ouve suscita muitas apreensões quanto ao futuro da Ria Formosa, enquanto eco-sistema mas também como meio de subsistencia de milhares de famílias. É verdade que nem tudo que se diz se confirma mas cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a alguém.
As entidades com responsabilidades na Ria Formosa congeminam a hipótese de roubar os viveiros aos concessionarios se estes não apresentarem rendimentos da actividade durante um determinado período, o que até seria razoável mas que tendo em conta que há uma enorme quantidade de salinas concessionadas e desactivadas, como é o caso da pisccicultura do marido de Valentina Calixto. sem apresentar qualquer produção, então somos obrigados a desconfiar das boas intenções que entendem regularizar a produção de bivalves. A falta de apresentação de resultados, na maior parte dos viveiros de ameijoa, prende-se com o facto de não facturarem os bivalves vendidos, embora sejam depois penalizados na venda uma vez que o comprador lhes dá muito menos dinheiro do que o preço de mercado.
Por outro lado, as concessões de terrenos para viveiros deixam de ser transmissiveis, de pais para filhos, Mas então o que têm feito ao longo de mais de cem anos com os terrenos do domínio publico marítimo, que permitem que sejam vendidos para a especulação turística ou imobiliária, como se aqueles terrenos também não fossem do Estado. Quanto envolve dinheiro e tubarões quem se lixa é o mexilhão, ou seja o pequeno produtor de ameijoa, e neste sector também há tubarões, aplicando-se dois pesos e duas medidas.
Diz-se e fala-se que existem poderosos interesses que procuram vastas áreas para a produção intensiva de ostras e não serão apenas franceses, havendo já quem, sem ter qualquer depuradora, emite selos e comercializa bivalves ao arrepio da Lei, matéria que por agora não vem ao caso.
O que acontece, é que a ostra consome tanto ou mais oxigénio e alimento que trinta ameijoas. As entidades com responsabilidades na matéria, definiram uma densidade que poderá ir até às 150 ameijoas por metro quadrado, e as ostras são concentradas em sacos mais ou menos com o mesmo numero de indivíduos. Feitas as contas, quinze mil metros quadrados para a produção de ostras, consomem o alimento e oxigénio que uma área de produção de ameijoas com 675.000 mil metros quadrados.
Para alem das questões ligadas à introdução de espécies exóticas, proibida pelo Plano de Ordenamento do Parque, e da possibilidade de contaminação patológica à semelhança do que aconteceu com a ameijoa, existe o perigo real de se avolumarem os níveis de eutrofização da Ria, pondo em causa todo o eco-sistema.
A imagem acima reporta a provável reclassificação das zonas de produção de bivalves mas se tivermos em conta os resultados analíticos, ontem publicados nesta pagina, estamos em crer que grande golpada se prepara para a Ria.
Nunca fez tanto sentido lutar por uma Ria ambientalmente sustentável, que seja factor de coesão económica e social, como agora.
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
Falas, falas, mas não dizes nada de novo. É sempre o mesmo cheiro a merda nestes posts...
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