quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A CARTA DE PASSOS A SÓCRATES!

Decorria o famigerado ano de 2011, quando Pedro Passos Coelho, na qualidade de presidente do PSD, escreveu a José Sócrates, defendendo o recurso às instituições internacionais para se financiar, o célebre resgate.
Nos dias de hoje e porque estamos em período de pré-campanha eleitoral, tem sido feito um alarido enorme sobre quem terá mandado vir a troika, omitindo-se as razões que determinaram a sua vinda. Obviamente que o propósito é desviar as atenções do cerne da questão, a criação da divida e da utilização a dar aos dinheiros da troika.
No entanto, na carta pode ver-se, ler-se, que a preocupação não é com as pessoas, mas sim com dois factores com a balança de pagamentos e o facto de a banca já estar à cerca de um ano sem acesso aos mercados.
A balança de pagamentos, diz-nos o que exportámos e importámos, ou seja saídas e entradas de divisas e o respectivo saldo, saldo esse que desde 1983 vem sendo largamente negativo, com a excepção de um único ano, e após a entrada da troika, com um valor residual de pouco mais de 300 milhões.
Qualquer pessoa compreenderá que a sequência de anos a fio saindo mais dinheiro do que aquele que entra, implica a criação de divida, ou seja o recurso aos mercados financeiros. O que ninguém quer dizer, são as razões que determinaram este saldo negativo e o que se esconde por detrás dele.
A UE deu milhões para o abate da frota de pesca, deu milhões para o abandono da agricultura e também deu milhões para o fim da industria, atribuindo-nos a prestação de serviços. Claro que sem produzirmos o quer que fosse, estávamos obrigados a importar, mais do que a conta. A UE sabia disso e sabia que uma tal politica nos conduziria a uma situação de endividamento excessivo, mas ainda assim, insistiu e continua a insistir na detioração do sector produtivo. Estamos pois, perante um acto premeditado, que visa a manutenção da divida porque tal serve os interesses financeiros da poderosa Alemanha.
A juntar a isto, a situação de falência da banca nacional que não podia recorrer aos mercados e assim financiar-se. Por isso a necessidade de um resgate que permitisse a salvação da banca. Com o memorando da troika, a divida da banca nacional, uma divida privada, passou a ser publica, levando o Povo português ao sufoco dos cortes nos ordenados, nas reformas e em todas as prestações sociais.
A banca é uma actividade económica como qualquer outra, mas é super-protegida pelo sistema, que a isenta do pagamento de alguns impostos e ainda lhe dá benefícios fiscais.
Neste contexto, porque a UE continua a sua politica de destruição do sector produtivo e com ele dos postos de trabalho e porque nessas condições a divida é impagável, não nos resta outra alternativa que a saída da UE, como forma de recuperarmos a nossa soberania e a nossa economia. Rejeitar o pagamento da divida, após uma auditoria à sua formação para se apurar a parte que é ilegal, ilegítima e odiosa, tem de ser o objectivo do Povo.
Claro que os partidos do arco da governação, aqueles que nos conduziram a esta situação não querem discutir estes assuntos e inventam manobras de diversão para distrair o eleitorado e prosseguir nas sua politicas de saque dos rendimentos do Povo.
Por isso, dia 4 de Outubro, todos devem votar, mas sobretudo votar naqueles que não estando comprometidos com o sistema, possam assumir ou ponderar a saída da UE, do Euro e do Não Pagamento da Divida.
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

... a salvação da banca??? Que banca??? Pois é!... e milhões de portugueses que se lixassem/que se continuem a lixar.Se os sem abrigo aguentam, então todos os outros também podem aguentar... ai podem, podem.Pulhas, refinados pulhas, como diria o General Delgado.