Acabou a cota de captura de sardinha na costa algarvia, cota essa que estava divida pelas organizações do sector, tendo chegado ao fim, primeiro no Barlavento e, agora no Sotavento.
Em 2010, as associações mais representativas do sector, a nível nacional, conseguiram obter a certificação da sardinha portuguesa com um rotulo ecológico, atribuído pela forma sustentável da nossa pesca de cerco. Depois viria a perder tal certificação e tornar a recuperá-la, mas...
Em 2012, por interferência de Itália, França e Espanha, com o apoio da Alemanha, a UE retirou a certificação obtida e resolveu atribuir a designação de sardinha Ibérica, um expediente para levar à partilha da nossa cota com a Espanha, na proporção de 70% para Portugal e 30% para Espanha.
Se tivéssemos um governo que salvaguardasse os interesses do nosso Povo e neste caso de todo o conjunto do sector, jamais teríamos permitido uma tal ingerência numa matéria que só a nós, portugueses, diz respeito. A subserviencia aos ditames de uma UE sob a batuta alemã, que nos tem, por esta via, destruído todo o sector produtivo, levam desta vez, ao fim de mais uma actividade económica que ainda resistia.
A UE usou e abusou da atribuição de cotas tanto na pesca como na agricultura como forma de proteger os interesses de Países com a França e a Espanha; atribuiu subsídios para o abandono da actividade agrícola e para o abate da nossa frota de pesca, quando o nosso Povo era dos maiores consumidores de peixe.
A mesma UE que protegeu a industria dos Países do norte da Europa enquanto assistíamos ao encerramento das nossas industrias como a Siderurgia e a metalo-mecânica pesada, traduzindo-se esse conjunto de situações na necessidade de importação maciça de bens.
Qualquer cidadão atento compreenderá que um País que importa mais do que exporta, ano após ano e em que a saída de dinheiro é maior que a entrada, necessariamente que está obrigado a criar divida, a tal divida que serve de argumento para o corte de salários, de reformas, agravamento de impostos e de todas as outras formas que possam retirar a capacidade de consumo como o acesso à saúde ou ao ensino.
A destruição do sector produtivo, o encerramento das actividades económicas, traz também a destruição dos postos de trabalho, desemprego, fome e miséria para o Povo.
É nesse contexto que temos de situar o fim da cota de captura da sardinha, uma vez que os estudos da instituição encarregada de proceder à monitorização dos stocks, apontava em 2014 para um nível de abundância médio, razão pela qual a cota para 2015, não devia ter sido reduzida. E em 2015, a monitorização efectuada, apresentava um crescimento de 34,2% do stock, pelo que a cota para 2016 podia crescer acima dos 30%.
Estranhamento, ou talvez não, os partidos do arco da governação não querem discutir a incoerência da decisão de reduzir a cota para 2016 em 90%, facto que determinará o fim da pesca de cerco.
Os armadores e pescadores devem regressar ao mar e continuar a pescar; não vendem em lota, vendem na praia, mas parar, aceitar uma medida desta natureza será o seu fim.
PELA SAÍDA DA UE!
Sem comentários:
Enviar um comentário