sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ALGARVE: QUADRO NEGRO!

concelho
População. total
Pop. Idade inactiva
Popul.
Idade
activa
%
Desemp.
desempregados
%
RSI
Benef.
RSI
Albufeira
40190
16078
24112
17,5
4219
12,18
5372
Alcoutim
  2725
  1090
  1635
  8,76
  143
31,62
  516
Aljezur
  5724
  2289
  3435
11,97
  411
41,48
1417
C. Marim
  6588
  2635
  3953
17,26
  674
49,04
1938
Faro
62281
24912
37369
13,24
4947
46,17
17402
Lagoa
22783
9113
13670
17,07
2333
45,7
6247
Lagos
30776
12310
18466
15,75
2908
47,13
8693
Loulé
69824
27929
41895
15,07
6313
29,4
12317
Monchique
5755
2302
3453
14,71
  501
30,78
1062
Olhão
45216
18806
26410
17,27
4561
41,04
10838
Portimão
55209
22083
33128
17,23
5707
83,4*
14377
SB Alportel
10552
4220
6332
12,16
769
36,96
2340
Silves
36724
14689
22035
15,16
3340
21,12
4653
Tavira
25753
10301
15452
15,12
2336
31,47
4862
V Bispo
5223
2089
3134
10,83
339
24,12
755
VRS Antonio
19067
7626
11441
19,86
2272
65,42
7484
Totais
444390
177752
266638

41779

100273
Para se elaborar a tabela acima tivemos em conta que o INE considera população em idade não activa os reformados e os jovens até aos quinze anos, representando no seu conjunto 40%  da população total, 25% de reformados e 15% dos jovens.
Para os restantes números, tivemos em conta as percentagens que o portal da transparência autárquica https://www.portalmunicipal.pt/municipio?locale=pt, do governo, atribui à população em idade activa. Mas porque o governo já nos habituou a toda a espécie de aldrabices, no que concerne a Portimão, achámos exagerado, mesmo impossível, uma taxa de 83,4 de beneficiários de RSI, pelo que calculámos apenas 43,4%.
Ainda assim faltam os números relativos àqueles que já desistiram de procurar emprego, e são cada vez mais, e daqueles que estando desempregados, não constam como tal, como é o caso dos que aceitaram os contratos de emprego – inserção, os estagiários e os que frequentam cursos, que no seu conjunto se estima serem cerca de 15% da população em idade activa, mas que não fizemos constatar na tabela, para que o quadro não seja ainda mais negro.
Lamentamos contudo a total falta de transparência do governo, que tem acesso aos dados da segurança social e como tal podia apresentar os números oficiais que não as percentagens. É por demais obvio que a intenção do governo é esconder a situação de degradação social do Povo português, que a presente tabela põe a nu.
E como se isso não bastasse, o governo vem utilizando os institutos públicos para a campanha eleitoral, pondo-os a emitir números de molde a dourar a acção destruidora dos postos de trabalho. Mas se é verdade que reduzem os numeros do desemprego, não é menos verdade que aumentam os numeros dos beneficiarios do RSI, que no Algarve ultrapassa os cem mil beneficiarios, quase um quarto da população, ou seja aumentam a situação de fome e miséria para o Povo.
A primeira ilação a retirar, é o acentuar das assimetrias entre o litoral e o interior, entre a cidade e o campo, podendo ver-se como os concelhos rurais perdem população a favor do litoral, nalguns casos parecendo mais freguesias do que concelhos. Para os concelhos do interior, os diversos governos não tiveram, nunca, qualquer politica de desenvolvimento quer permitisse um combate eficaz à desertificação verificada. Aliás, no seguimento das politicas de destruição do sector produtivo, determinadas pela EU, os governos de PS, PSD e CDS, incapazes de afrontarem a ditadura do directório franco-alemão, promoveram e permitiram o abandono da agricultura.
Mostra a tabela, que apenas vinte e cinco por cento da população tem trabalho e que são muito mais os que recebem alguma forma de apoio da Segurança Social do que aqueles que contribuem.
Convem aqui referir, que ao contrario da imagem que os governos têm dado em relação aos reformados. Os reformados para receberem a sua pensão tiveram que ter uma carreira contributiva de suporte, isto é pagaram antes para receber depois, e não como por aí se diz que são os novos estão a suportar as pensões das gerações anteriores. A degradação da Segurança Social tem a ver antes, com as aplicações financeiras que foram feitas cm o dinheiro dos descontos e que são dos trabalhadores. Tem também a ver, com a falta de receitas derivadas da ausência de trabalho, ausência essa provocada pela destruição do sector produtivo.
A maioria dos concelhos do litoral, tinha na pesca e industria a ela associadas uma grande fonte de trabalho e rendimentos, que se têm vindo a perder sob a batuta da EU. Veja-se o caso recente da pesca da sardinha, que já se viu, ser uma decisão politica e não cientifica que estão por detrás do fim da pesca de cerco.
Olhão, Portimão e Vila Real de Santo António, importantes portos de pesca, no passado, não encontraram alternativas para a substituição dos postos de trabalho perdidos, lançando os seus Povos na maior das misérias, com taxas de RSI acima dos 40%.
Um autentico quadro negro, um drama social que os partidos que se revezam no governo, PS, PSD e CDS, tentam ocultar.
Para inverter esta situação é necessário pôr o País a produzir, a criar riqueza, mas jamais o conseguiremos enquanto nos submetermos às imposições da EU e de um Euro que não nos permite ter uma economia mais competitiva. Ou seja, sem sairmos da EU e do Euro, não teremos desenvolvimento para o Povo, transformando-o num escravo assalariado.
Nas próximas eleições, o Povo tem a alternativa da mudança, votando naqueles que sempre se opuseram à corja de bandidos que tem destruído o País.

 REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Os políticos vocacionaram o Algarve para a construção, com a crise financeira a bolha rebentou, o que esperavam? Esperem até os centros comerciais começarem a fechar, nos EUA já começou, aqui vai demorar mas vai chegar.

O Algarve não desenvolveu as actividades tradicionais, não as modernizou como fizeram os espanhóis, e não tem indústrias como ainda há no Litoral Norte e Centro do país. Portanto, viva o desemprego!

Espero que haja uma valente alteração climática e o Algarve fique frio como já foi nos séculos XVII e XVIII.

O Algarve é um caso perdido de destruição pela construção civil e pelas autarquias.