domingo, 5 de junho de 2016

ALGARVE: MAU AMBIENTE INTERDITA A APANHA DE CONQUILHA!

Esta é uma história velha, que apesar das denuncias prossegue como se nada se passasse, quando o Estado, de forma criminosa polui as aguas da nossa costa. E não se pense que é apenas no Algarve, mas em toda a costa portuguesa.
Mais uma vez, fomos consultar a pagina na internet da Aguas do Algarve, à procura dos resultados analíticos das descargas das ETAR do Algarve e verificamos que as ultimas publicações, remontam a Agosto de 2014.
Que a canalha que comanda os destinos europeus é da mesma estirpe que governa o País, já sabíamos, mas podiam pelo menos dar um ar de decência impondo às autoridades nacionais o respeito pelas regras ambientais consubstanciadas na Directiva Aguas Residuais. Apesar de ter sido apresentada recentemente uma queixa junto do representante da União Europeia no nosso País pela falta de publicação das análises que deveriam ser publicadas de quinze em quinze dias e não o são, impedindo assim a fiscalização por parte das pessoas interessadas. A representação portuguesa da UE tem delegações junto das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, o que pela proximidade e facilidade de acesso, lhes permitia verificar o incumprimento. Mas em tudo que seja do interesse dos Povos, UE e Governos estão unidos na azafama pelo empobrecimento, criando fome e miséria.
Tanto assim é que, consultado o histórico de interdições da apanha de conquilha na costa portuguesa , por contaminação com biotóxinas apresenta cerca de seis meses de proibição, como se pode ver em http://www.ipma.pt/pt/pescas/bivalves/historico/index.jsp.
Falta estabelecer a relação do impacto das descargas das ETAR no meio receptor, nomeadamente com o aumento dos episódios, tanto em numero como em duração, das interdições devidas à presença das biotoxinas.
O fitoplâncton produtor de biotoxinas existe no meio natural mas não em quantidade suficiente para justificar uma interdição. Mas a esse, vai juntar-se o fitoplâncton descarregado pelas ETAR, que em presença do fosforo e azoto aumenta de forma significativa e aí sim, dar origem às interdições.
Este fitoplâncton é composto por micro algas, visíveis ao microscópio pelo que a generalidade das pessoas não têm a percepção da sua presença e menos ainda das quantidades.
No entanto estudos da Autoridade Marítima Nacional, chamada à liça porque se julgava que a presença de Espumas Castanhas na costa tinham origem na lavagem dos tanques de petroleiros em trânsito na costa, vieram mostrar que afinal aquelas espumas eram a acumulação de fitoplâncton descarregado pelas ETAR.
Claro que para o fitoplâncton degenerar em biotoxinas, precisa da conjugação do aumento da temperatura das aguas e da luminosidade que surgem no inicio da Primavera, período em que começam também os episódios das interdições.
As interdições levam à inactividade dos profissionais por largos períodos, como já vimos na ordem dos seis meses por ano, condenando-os à fome, miséria e induzindo ao abandono da actividade.
Sendo o Estado o principal responsável, o poluidor mor, pela inibição de trabalhar, cabe-lhe a responsabilidade de pagar uma reparação aos profissionais do sector pelo tempo que são obrigados a estar parados, tal como se se tratasse de uma paragem biológica.
Os profissionais do sector têm razão para estar indignados mas precisam antes do mais perceber o que se passa em torno da sua actividade para poderem desencadear formas de luta e que passariam por defender a reutilização das aguas das ETAR na agricultura, onde são úteis.
REVOLTEM-SE, PORRA!


1 comentário:

Anónimo disse...

ja falta 2 semanas e pouco para o fim dos viveiros.....
e a malta caladinha....