terça-feira, 18 de março de 2014

RIA FORMOSA: DEMOLIÇÕES E A CRETINICE POLITICA

O Ministro que tela o ambiente e ordenamento do território veio a terreiro defender as demolições no litoral português com argumentos de quem nada quer fazer pela costa, a não ser a posterior venda a grandes interesses privados. Aproveitando o impacto dos vendavais que fustigaram a costa portuguesa, justifica, o ministro, que sejam retiradas das zonas de risco, por razões de segurança, as pessoas e bens ali existentes. com particular ênfase para o edificado na Ria Formosa.
O que não diz o cretino ministro, é que todo o edificado, legal ou ilegal, no cordão dunar na margem oceânica da Ria mas também nas arribas, estão em zona de risco. Para o ministro, aquilo que separa a fronteira do risco tem a ver com a capacidade financeira, o trafico de influencias, o trafico politico de cada um dos proprietarios. Isto é, se for alguém com dinheiro e influencia, não está em zona de risco, mas se for um pescador feio, porco e mau, esse sim, está em risco. E se fossem todos à bardamerda!
A mesma legislação que permite as demolições nesta zona, o POOC, tem, na sua cartografia assinalada a Rede Natura 2000, uma área especialmente protegida, mas que não foi tida em conta para empreendimentos turístico-imobiliários e que permitiu um enriquecimento ilícito a muito boa gente.
Um outro palhaço com especiais responsabilidades politicas vem depois mostrar-se "incrédulo" com o funcionamento da justiça, em que prescrevem os processos contra os actuais e ex políticos, titulares de altos cargos públicos e agentes do grande capital financeiro enquanto que aos pobres lhes assolam os cães de caça do aparelho repressivo de um estado verdadeiramente fascista.
Primeiro-ministro, ministro do ambiente e outros que tais, quando têm declarações tão infelizes quanto sinceras deviam ser corridos pelo Povo, mas infelizmente contam com o apoio de alguns "bombeiros" da politica para minimizar o impacto do sentimento de revolta que vai larvando na sociedade portuguesa.
O instrumento financeiro que permite à canalha demolir o edificado, é a Sociedade Polis, uma empresa também constituída pelas autarquias, cúmplices no ataque ao Povo.
O que o ministro não disse, é que não são as casas que metem as ilhas no fundo, mas que é a falta de uma politica de defesa costeira capaz de evitar o avanço do mar perante as zonas ribeirinhas.
Estamos num momento de equinócio, com marés de grande amplitude e pode constar-se aonde chega o nível de preia-mar. Se o mentecapto ministro não enveredar por um programa de defesa e combate à erosão costeira, pode ter a certeza que as ilhas barreira que constituem a Ria Formosa correm o risco de galgamentos oceânicos, com espraiamento das areias do cordão dunar e que num momento como aquele que se vive a agua poderia invadir toda a baixa das povoações ribeirinhas.
Quando se inverte a ordem das acções previligiando operações de cosmética em detrimento daquilo que é essencial para as populações indígenas, a salvaguarda dos bens e das pessoas, então é caso para dizer que grandes interesses se levantam contra o Povo.
Algumas pessoas tiveram a oportunidade, em devido tempo, de se pronunciar e apoiar, acções tendentes à suspensão e revisão do POOC e do Polis, mas que por influencias politicas, não se quiseram comprometer. Eis o resultado pratico da falta de participação, de luta contra um sistema injusto que rouba aos mais pobres e dá aos mais ricos.
As casas dos pescadores estão em risco? E as outras, não?
Que o diga o actual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, que viu a cartografia da área desafectada da Praia de Faro ser "corrigida" para que ele e familiares possam gozar aquilo que é tirado aos pescadores. Vão todos à bardamerda!
REVOLTEM-SE, PORRA!

9 comentários:

Anónimo disse...

Em verdade e em bom português, pouco melhor pode ser dito.
Parabéns Olhão livre.

Anónimo disse...

O ministro defender a sua dama faz parte do espectáculo politico.
E o que dizer sobre o que se passou na ultima assembleia municipal de faro.
A CDU apresenta uma moção sobre os portos do algarve que hoje saíram do IPTM e passaram para a DOCAPESCA e o senhor PORTADA saiu do palanco como Presidente da dita e sentam-se como membro da assembleia criticando a moção.
Em Faro tudo é possível o interessado que se devia ausentar
ficou defendendo a sua dama.
E ninguém se revoltou até os homens da CDU não bufaram.
Moço da Sé

Anónimo disse...

Se calhar o Ministro até tem razão está tudo em risco se calhar o melhor era começar as demolições pelo Ministerio das Finanças em Lisboa que está numa zona de risco, a ponte sobre o Tejo demolia-se está numa zona de risco e o Aeroporto de Faro será que também é para demolir já que está em zona de risco, as cidades ribeirinhas estão em zona de risco também é para demolir?
Não será melhor protegermos e reforçarmos todas estas zonas, criando mais e melhor segurança ás populações para que possam gerar mais riqueza para todos os Portugueses.
Este parvo Culatrense aconselha a quem nos dirige que olhe para o litoral português como uma joia abençoada por Deus da riqueza que o mar nos dá e que deve ser protegido num todo e não com obras de cosmética, as populações sempre fizeram parte desta joia.

MM disse...

Já não vale a pena continuarem a encobrir-se à custa dos pescadores. Os pescadores/mariscadores, sim são os únicos, cujas situações devem ser pensadas e solucionadas, e os únicos que deveriam ter direito de ocupação de um espaço natural que é de todos, e que deve ser acedido por todos e não apenas por quem pensa que é dono da praia e dos estacionamentos.
Todos os outros que sejam postos no seu devido lugar, e até mesmo responsabilizados por andarem a proteger-se na sobra dos pescadores e de quem vive realmente da Ria; e pelas décadas de prejuízos causados ao meio, devido à ocupação cada vez mais abusiva dos espaços naturais.
Devido às características destemidas de quem nos governa, penso que finalmente vai ser mesmo desta!

Anónimo disse...

Ao comentador MM:
Este governo não é destemido, mas pura e simplesmente fascista. isto para começar.
Depois para lhe dizer que embora defenda os espaços naturais, só é aceitavel a demolição de uma casa se todas as outras que estão nesses espaços forem demolidas, não podendo haver dualidade de criterios, consoante a carteira de cada um.
O problema põe-se essencialmente para os critérios que estão por detrás destas demolições.
Que a justiça funcione de igual para todos.

Anónimo disse...

Ao comentador MM:
Qual a solução para a casa do pescador/mariscador (na praia de Faro algumas famílias já na quarta geração) quando se reformar ou ficar inválido?
Quando falecer que solução para a sua mulher ou filhos?
Um pescador/mariscador não pode ter a possibilidade de comprar ou herdar outra casa fora das ilhas barreira?

Anónimo disse...

Os poderes querem demolir até o que legal e dentro dos limites de construção foi erguido na praia de Faro.Ao mesmo tempo, alegando uma "indefinição" do limite nascente da área desafectada,a câmara vai legalizar 14 edificações,tendo para isso pedido uma autorização superior que lhe foi concedida em conselho de ministros. Os poderes que começaram por,no estudo prévio do PP da praia de Faro,salvar da demolição os símbolos máximos da construção ilegal autorizada pela câmara nos anos 80 que são os prédios de 4 andares do lado poente ,violando a primeira regra de apenas dois pisos autorizados desde sempre pela cmf.Estes mamarrachos ainda foram erguidos em lotes de terreno desafectado e comprado,as edificações em "legalização" foram plantadas em terreno "vago" nunca adquirido pelos ocupantes que até prédios de 3 andares levantaram na total ilegalidade.O estado joga abaixo onde foram cumpridos todos os requisitos legais e vai legalizar grandes ilegalidades em que tinha autoridade máxima para demolir.Até a proximidade á linha de costa é maior que em muitas das legais a demolir,sendo este um dos argumentos para justificar a demolição de muitas casas legalmente construídas.Legalizar para quê? para demolir não será ou já estão a jogar nas indemnizações e povinho ainda está a dormir.De notar que este processo legalizante decorre com pouca luz e sem ruido...
OS DE CÀ.

Anónimo disse...

Notícia mais recente: http://www.publico.pt/local/noticia/ministro-do-ambiente-promete-derrubar-mais-de-800-casas-clandestinas-no-algarve-1629854

Anónimo disse...

Que estado, que poder actua com pouca luz, sem ruído, numa palavra: opacidade?
Democrata não é - democracia é transparência;
Ditadura não é - qualquer ditadura, por princípio e por nada temer, não esconde;
Só pode ser a mão da MAFIA.
Faz sentido o ESTADO-MAFIA, denunciado entre outros, por Moita Flores.
MAFIA encapotada de democracia.
Mafiosos disfarçados de democratas enganando ao longo de anos um povo crédulo.
Um povo que quer a liberdade e a democracia de um Reino Unido mas, legitima pelo voto a MAFIA que o escraviza.