OLHÃO: NOVO PDM ASSASSINA PATRIMONIO ARQUEOLOGICO!

Na sequência da leitura que vimos fazendo do Relatório de Avaliação de Execução do Plano Director Municipal de Olhão, trazemos hoje à luz do conhecimento dos nossos leitores a programada destruição, um autentico assassinato do património arqueológico do concelho.

Não queremos, no entanto deixar de chamar a atenção que este Relatório vai muito além da execução, traçando desde logo as perspectivas do futuro do nosso concelho, nas mais variadas componentes e apelando à participação maciça do Povo de Olhão, nomeadamente dando a conhecer aquilo que os nossos autarcas querem impingir ao Povo.

A primeira imagem reporta um excerto da publicação do Diário da Republica, excerto esse onde são identificados os SÍTIOS DE INTERESSE ARQUEOLÓGICO, e que como se pode ver, não são assim tão poucos, destacando, nós, pela sua importância a Quinta de Marim.

Para aqueles que desconhecem a importância da Quinta de Marim no contexto da arqueologia, deixamos aqui alguns links que podem consultar e verificar

http://www.arkeotavira.com/alg-romano/marim2/index.html

https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21615/1/A%20necr%C3%B3pole%20romana%20da%20Quinta%20de%20Marim%20(Olh%C3%A3o).pdf

Na pagina 2 do Relatório, na imagem do meio, pode ver-se a redução drástica se comparativamente com os do PDM em vigor, dos pontos de interesse cultural nos quais se incluem os sítios de interesse arqueológico. E aí podemos ver que não é feita qualquer referencia à Quinta de Marim, desaparecendo assim villa necrópole romana-árabe, os tanques de salga, os terraços do paleolítico ou até mesmo a torre medieval.

É óbvio que todos os sítios de interesse arqueológico são merecedores da nossa atenção, mas o Marim Romano, pelo seu conjunto merece especial referencia. Lamentamos, contudo, que a onda destruidora que se apoderou dos nossos autarcas, denote a intenção deliberada de fazer do mapa, uma dos mais importantes conjuntos arqueológicos do nosso País.

E tanto assim é que na pagina 68 do Relatório, na imagem de baixo, se pode ver a sugestão da reformulação do Plano de Pormenor da Quinta de Marim. Mais se diz, que o ambicionado projecto de construção de um hotel com campo de golfe, áreas residenciais e equipamentos públicos, abortou por falta de viabilidade do programa resultante do desenho e composição. Por outras palavras, a reformulação proposta, não passa de uma forma encapotada de transformar os solos agrícolas que escondem todo o conjunto arqueológico do Marim Romano, em espaço urbanizável, ou seja, o prosseguimento da politica do betão a todo o custo, para beneficio de alguns camaradas ou simplesmente amigos. Falta saber a troco de quê.

Aproveitamos para chamar a atenção para o facto de, depois de uma pesquisa intensiva com recurso a meios não intrusivos com vista a possíveis escavações que pudessem pôr a descoberto o conjunto Marim Romano, este poder ser uma grande fonte de atracção turística, de qualidade, a todo o tempo e invertendo caracteristica sazonal tão própria do segmento sol-praia, que nos tentam vender. Mais, para alem da exposição do conjunto, uma autarquia interessada no seu espolio, faria regressar ao local, todas as peças dali retiradas para as expor num museu a construir dentro do perímetro sem conteúdo ameaçar o restante património.

Ao presidente da Câmara Municipal, com mais olhos que barriga, parece ver no sector imobiliário a árvore das patacas quando estamos em tempo de vacas magras. Mas também sabemos que é nas ligações ao alcatrão e betão que estão associados os maiores casos de corrupção desta republica das bananas.

SALVEM O MARIM ROMANO!

REVOLTEM-SE, PORRA!