terça-feira, 24 de maio de 2016

OLHÃO:DESTRUIÇÃO DA ZONA HISTÓRICA EM MARCHA!

Foto retirada do jornal Publico em https://www.publico.pt/local/noticia/barreta-o-bairro-chique-de-olhao-por-ser-popular-corre-o-risco-de-vir-a-ser-cidade-para-turista-ver-1732553?page=2#/follow da autoria do jornalista Idálio Revez.

Os estrangeiros residentes no bairro da Barreta, em Olhão, discordam de que o centro histórico deixe de ser uma “comunidade real" para passar a ser mais um pólo turístico igual a tantos outros. A proposta de Plano Pormenor para a Zona Histórica suscita muitas críticas e dúvidas.
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Nota do Olhão Livre:
António Rosa Mendes, historiador e filho adoptivo de Olhão, se assim se lhe pode chamar, teve um trabalho imenso de pesquisa e notável para escrever o livro "Olhão fez-se a si próprio", no qual vai até ao período dos primeiros habitantes deste lugarejo, e nos dá conta da evolução da população olhanense.
Fossem os presidentes de câmara, o anterior e o actual, gente que se revissem nos feitos gloriosos dos seus antepassados, teriam o bom senso de primeiro ler um pouco da história de Olhão, e das suas gentes, para que quando contratassem um gabinete de arquitectura para elaborar o Plano de Pormenor da Zona Histórica, este tivesse em conta o passado deste Povo.
Mas não, os nossos autarcas, mais gulosos pelo dinheiro, em tudo veem a oportunidade de negócio mesmo que as suas decisões sejam manifestamente um atentado contra história dos seus antepassados, na qual a comunidade estrangeira residente naquela zona parece mais interessada que os próprios olhanenses.
E é assim que se manifestam profundamente defraudados pela elaboração de um Plano que, não ordenando, habilita à completa descaracterização da Zona Histórica.
Desde logo por para a comunidade estrangeira, essa descaracterização não se limita ao edificado como também ao tecido dos residentes que a autarquia tem feito de questão de promover a sua deslocalização para a periferia.
Na maneira de pensar da comunidade residente, e na nossa, a Zona Histórica deve ser inclusiva e não exclusiva, permitindo aos olhanenses pescadores, mariscadores e operárias conserveiras, a sã convivência com os novos residentes.
Por outro lado, o investimento publico na reabilitação do edificado, segundo o Plano, é na ordem dos cem mil euros, manifestamente insuficiente para as necessidades, tal o estado de degradação que a autarquia permitiu de forma premeditada.
O Regime Jurídico da Urbanização e Edificação não permite a degradação e habilita as autarquias a intervir substituindo-se aos senhorios, sempre que se esteja perante situações degradação, poder que a autarquia nunca usou para manter o edificado, precisamente porque o objectivo era correr com aquilo que ainda faz parte do património humano, do qual os autarcas parecem não gostar.
Objectivo deste Plano é permitir o aumento da densidade populacional, pela via do aumento das cérceas, da volumetria, bem ao sabor dos patos bravos do imobiliário, que veem ali mais uma oportunidade de negócio.
Se pelo contrário, a autarquia criasse um fundo para a reabilitação e o pusesse ao dispor dos proprietários, sob determinadas condições, certamente que os resultados e apresentação da Barreta, Levante e Sete Cotovelos, os núcleos históricos, seria outra.
Mas para isso, precisávamos de ter um presidente menos guloso e que encarasse o desenvolvimento da cidade a pensar nos residentes mas de forma a que quem nos visita sentisse vontade de voltar, tal como a comunidade estrangeira o tem feito.
Lamentável é termos um presidente de câmara que tem vergonha dos seus eleitores mas que promove oportunidades de negocio para os amigos, destruindo os vestígios de orgulho do Povo de Olhão.
CONTRA A DESTRUIÇÃO DA ZONA HISTÓRICA!
REVOLTEM-SE, PORRA!

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