Desde pelo menos, dois mil e dez, que vimos alertando para a erosão das praias da Ria Formosa como o poderíamos fazer em relação a toda a costa algarvia,mas as entidades publicas com responsabilidades nesta matéria, fazem ouvidos de mercador e depois sofremos as consequências para alem dos dinheiros públicos jogados fora.
As areias das praias na costa algarvia movimentam-se predominantemente no sentido oeste-este, fruto da hidrodinâmica das areias. A principal fonte de alimentação natural das praias são os rios e ribeiras e na costa algarvia também as barreiras de arenito. Só que nos rios foram construidas barragens e nas ribeiras represas que impedem a passagem de sedimentos até à costa.
No Sotavento algarvio, onde se insere a Ria Formosa, não é propriamente esse o caso, não havendo rios ou ribeiras, mas em contrapartida foram abertas barras artificiais cujos molhes impedem e normal circulação de areias.
Este é o maior problema que as praias das ilhas barreira enfrentam e não como erradamente se diz serem as casas.
Em tempos apresentámos uma possível solução à então ministra do ambiente que a remeteu à Sociedade Polis,e que viria a ser considerada como "solução a ponderar" mas que nunca foi aplicada, talvez pela necessidade de fazer obras constantemente.
A solução, já utilizada noutros países,consiste na criação de recifes artificiais multi-funcionais em mangas de geo-têxteis que são enchidos com as areias dragadas. O objectivo desses recifes é alterar a energia das ondas por forma a que as ondas rebentem no plano de agua empurrando as areias para as praias. Nos países onde foram utilizados os recifes e procedidas a sua monitorização, registou-se uma crescimento da mancha de areal até aos sete metros/ano.
As barras naturais estão completamente assoreadas e a necessitar de dragagens cujas areias poderiam servir para o enchimento das mangas, protegendo assim a costa, da mesma forma que poderiam servir para proteger as suas margens.
É possível encontrar literatura sobre o assunto na Revista de Gestão Costeira Integrada, não estando nós a inventar ou a descobrir nada de novo. O próprio Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) fez um estudo laboratorial com recurso a um simulador para ajuizar da possibilidade da utilização dos recifes artificiais multi-funcionais.
Só que como já dissemos, parece que as entidades publicas não estão interessadas em resolver o problema, preferindo vir falar nos milhões que gastam nas intervenções que fazem na costa, omitindo o papel negativo das barragens para a costa portuguesa e da sua responsabilidade em medidas compensatórias que nunca são aplicadas.
Entretanto passam-se os anos sem uma intervenção de fundo que evite os constantes estragos nas praias e que deveriam dar lugar ao pagamento de indemnizações por negligência.
Os prejudicados devem deixar-se de lamurias e agir contra um Estado negligente, exigindo os seus direitos, porque se pagam as concessões, têm o direito a ser protegidos de situações de calamidades evitáveis.
REVOLTEM-SE, PORRA!
4 comentários:
Boas,
Ouve-se dizer que na barra da Fuzeta, no final do Verão, vão utilizar mangas geotexteis para fixar a barra. Como a Polis fez em Esposende.
Verdade ou não, eu não sei...
Poucos têm dúvidas que enquanto os bons incorruptíveis não acabarem ou neutralizarem os maus mafiosos não teremos soluções credíveis para longo futuro. Atamancar uma telha e partir duas são soluções à mafia. Mil vezes o fascista Duarte Pacheco à bandidagem com emblema democrático.Sejam felizes.
Na fuzeta vão é colocar os cornos da mulher do cara dura mais os cornos da pézinha para fixar a barra.
Milhões a baldear areia para que o mar em três dias limpe o rabo ao passarinho. Moss atirem-se ao mar, o barco não aguenta tantos inteligentes.
Enviar um comentário