quarta-feira, 4 de maio de 2016

RIA FORMOSA COM BACALHAU ESTRAGADO!

Consultado o edital do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) http://www.ipma.pt/resources.www/transf/biotoxinas/rb_bivalves_020516.pdf, constatamos que em todo o litoral português está interdita a apanha de bivalves devido à presença de biotoxinas o que se estende à Ria Formosa, excepto para a ostra-gigante na Fuzeta e em Cacela. Já em Faro, junto ao Cais Novo regista-se a contaminação microbiológica na ostra-gigante.
Há muito que vimos alertando para as causas da presença das biotoxinas em níveis que determinam este tipo de interdições, mas também da sua origem.
Na verdade, as biotoxinas existem no meio natural,mas não em quantidade insuficiente que justifique a interdição. As descargas das aguas residuais, por melhor tratadas que sejam, são férteis em fitoplâncton potencialmente toxigeno, que em determinadas condições ambientais degeneram em biotoxinas. É a acumulação desse fitoplâncton que está no aumento dos episódios e tempo de interdição pela presença de biotoxinas.
O fitoplâncton, são micro algas que só são visíveis ao microscópio mas que na presença do fosforo e azoto se multiplicam rapidamente. Este desenvolvimento também se dá com o aumento da luminosidade solar. Qualquer pessoa interessada, pode recolher  uma amostra de agua numa lagoa proveniente de uma ETAR, e expo-la ao sol; verificará então como passados alguns dias e por melhor que seja o seu tratamento, o resultado da decantação e a quantidade de fitoplâncton em que vai degenerar.
Tendo em conta essa situação e pelos impactos económicos e sociais, sempre defendemos a reutilização das aguas das ETAR, na agricultura, onde a presença do fosforo e do azoto é benéfica.
A par da interdição por biotoxinas, é curioso verificar a interdição da apanha da ostra-gigante por contaminação microbiológica, junto ao Cais Novo, em Faro, onde o presidente da câmara sempre tem recusado reconhecer a ligação de esgotos directos, omitindo que a Ribeira das Lavadeiras ali vai desaguar. Irá, o presidente Bacalhau, desculpar-se com as escorrências superficiais da agricultura ou vai admitir que nem tudo está bem no seu reino? Ou teremos de dizer que estamos perante um caso de bacalhau estragado?
Certo, certo é que quem fica mal neste imbróglio, são os menos culpados por decisões erradas da administração publica, a sofrer as consequências. São milhares de famílias que dependem desta actividade, ao longo da costa portuguesa e já é tempo de as autoridades começarem a corrigir os erros do passado, evitando poluir a costa com as descargas das ETAR e reutilizar as aguas com fins benéficos.
Já os produtores e pescadores devem manifestar a sua indignação e revolta por ser o próprio Estado a condená-los à fome e miséria, apostando em elevados investimentos, que afinal só trazem mais desgraça.
REVOLTEM-SE, PORRA!

1 comentário:

Anónimo disse...

Esse bacalhau é um mentiroso de 1ºpois afirma que Faro não temesgtos directos para a Ria Formosa.
SE isso for verdade deve ser o bacalhau que arreou o calhéu nalgum ilhote da ria que vai ter ao cais comercial para as ostras dos franceses no viveiro do brazinhe ficarem contaminadas.