Fez
muito bem o nosso comentarista Zé do Mar em falar da questão da censura. De
facto quando falei do fascismo esqueci-me desse aspecto bastante importante,
porque estava implicito.
A
censura existe quando um grupo com poder tenta controlar ou impedir a
circulação de informação ou de opiniões.
Antes
do golpe de estado do 25 de Abril a censura estava prevista na legislação e
proibia que a informação fosse publicada ou fosse acessível a todos. Essa parte
já todos sabemos.
Mas também
se considera censura quando se intimidam as pessoas que questionam ou querem
expressar as suas opiniões, ou até levando a que tenham medo de represálias
pessoais e profissionais.
Também
se considera censura quando se esconde informação. Também se considera censura quando
se impede a apresentação de pontos de vista e opiniões diferentes/divergentes ou
de outras ideias, que não sejam as dos grupos dominantes.
Os profissionais
da política (que só estão à espera de conseguir cumprir os 3 mandatos para ter
a sua reformazinha) consideram que o povo não é capaz de pensar por si próprio e
que apenas eles têm conhecimentos e opiniões válidas. Recusam sistematicamente
a participação do povo nos processos de decisão e impedem o acesso aos
documentos, mas a coisa agrava-se, porque agora também já têm a mesma atitude em
relação aos próprios elementos dos seus partidos.
Cabe-nos
a nós exigir a participação pública e que as decisões sejam tomadas conscientemente
após discussão e debate pelos partidos presentes e pela população. As decisões
não devem ser o fruto de mentes brilhantes que pensam nos seus bolsos.
Se a sessão pública da CMO foi uma anedota e se se
riem na nossa cara, então está na hora de pôr aquela gente toda de lá para
fora!