Tal
como foi muito bem analisado na nossa página, pé ante pé se prepara a
destruição de uma riqueza cultural incomensurável.
No Relatório
de Avaliação de Execução do Plano Director Municipal de Olhão, a CMO faz uma
proposta criminosa e ataca em duas frentes: no nosso património ambiental e no
nosso património histórico.
Ao
propor a reformulação do Plano de Pormenor para o sítio da Quinta de Marim de
forma a viabilizar a construção de uma unidade hoteleira e um campo de golfe, os
socialistas e social-democratas estão de forma insinuosa e camufladamente a propor
a destruição dos solos agrícolas da Reserva do Parque Natural da Ria Formosa e de
todo o conjunto arqueológico do Marim Romano.
Este
Marim Romano mereceu a atenção de vários estudiosos, nomeadamente Estácio da
Veiga, Alberto Iria, Leite de Vasconcelos, Tomás Moreno, Francisco Fernandes
Lopes, José d’Encarnação, José Fernandes Mascarenhas, Luís Fraga da Silva, bem
como de muitos outros ligados a Universidade incluindo a do Algarve.
“São
importantíssimas as antiguidades monumentaes, que dão celebridade á famosa
Quinta de Marim, pertencente ao Dr. João Lucio. Concedeu-me este primoroso cavalheiro
as mais amplas licenças para explorar os numerosos vestígios de grandiosas construções
que dão á quinta de Marim a feição do assentamento de uma cidade arrazada...”- Estácio
da Veiga citado por Ataíde de Oliveira in
“Monografia do Concelho de Olhão”.
E diz Luís Fraga da Silva no seu trabalho “Marim Romano - Reconstituição topográfica e funcional do sítio arqueológico da Quinta de Marim (Olhão, Faro) e elementos da suahistória territorial” (2009):
“O
sítio arqueológico de Marim (Quelfes, Olhão, Faro) é um dos mais importantes do
Algarve romano e um dos mais referenciados na literatura especializada. É
referido pela primeira vez em 1593, por André de Resende, numa notícia relativa
a uma inscrição epigráfica. […]”
“[…]Praticamente
destruído desde a sua exploração muito sumária por Estácio da Veiga e Santos
Rocha, respectivamente em 1877 e 1894 tornou-se notório por uma colecção
invulgar de epigrafia funerária – sobretudo romana mas também paleocristã –,
por algumas plantas esquemáticas de vestígios importantes da época romana e
pelo achamento de um tesouro monetário de inícios do séc. V, noticiado em 1786
sem deixar rasto posterior. Os objectos provenientes dessas explorações fazem
hoje parte dos acervos do Museu Nacional de Arqueologia e dos museus municipais
de Faro e da Figueira da Foz.
Ao
longo do séc. XX, antiquários e arqueólogos amadores recolheram aí objectos, de
que há escassas notícias até 1986 e dos quais só uma pequena parte ficou à
guarda dos museus de Olhão e Moncarapacho.[…]”
Cada
vez que pensa nas nossas riquezas os olhos do Pina/Patinhas rolam como uma
registadora e ele e os seus amigos só pensam como encher os bolsos. A
ignorância e a ambição pervalecem sobre o simples bom senso e razoabilidade.
Pensarão os nossos autarcas que o espólio do museu do Compromisso Marítimo e o
espólio armazenado (e à espera de tratamento) são só pedras e velharias?
Qualquer autarquia que se preze valoriza o património que tem e faz dele a sua
fonte de conhecimento, de desenvolvimento e de atração turística.
A
quem tem o poder de decisão aconselho o estudo. Aos olhanenses aconselho que
estejam atentos e não deixem avançar medidas que destruam a sua história.
Imagens retiradas de:
http://www.portugalromano.com/2012/01/villa-romana-da-quinta-de-marim-quelfes-olhao/
4 comentários:
Só se pode defender aquilo que se conhece e este artigo é muito bom para as pessoas conhecerem um pouco do que foi descoberto na Quinta de Marim.
Os estrangeiros vem de propósito estudar este sitio e o moço pequeno do pininha quer destrui-lo?
Por aqui se vê o que ele conhece de Olhão,e a importância que dá ao nosso passado histórico que existiu, a sério,não foi uma lenda,lendas essas onde a CMO gastou uma fortuna em destruir e descaracterizar os largos da Barreta e do Levante..
em vez de querer destruir esse património, a CMO devia era de divulgar o que foi descoberto na Quinta de Marim e exgir o regresso a Olhão de todo o espolio que está espalhado por diversos museus ,mas para isso precisava de fazer um Museu condigno para albergar o valiossimo espólio arqueológico da Quinta de Marim.
Não conhecia esse promenor da ocupação romana no concelho de Olhão,nem a riqueza dos achados.
Mas é no minimo estranho a CMO, não fazer a divulgação desses factos históricos.
É preciso lutar contra estes mercenários políticos. Chega de destruir o património romano do Algarve !! Lutem olhanenses !!!!
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