sábado, 14 de março de 2015

Protesto em São Bento em Defesa da Ria Formosa: Cidadão indignado, exige que a verdade seja reposta!

 Carta de um cidadão indignado sobre as mentiras do Correio da Manhão sobre o Nº de pessoas na Manifestação em Defesa da Ria Formosa que levou mais de 600 pessoas a São Bento.
 

Pela foto dá para ver que não foram só 300 as pessoas revoltadas em São Bento.

"Como não sei quando vão publicar e porque não podemos deixar "arrefecer" a nossa luta, aqui vai o texto que enviei ao CM:
Sr. Director
Nós somos ilhéus
Publicou o vosso jornal na edição de sábado 7 de Março um artigo versando a manifestação junto da Assembleia da República, por parte dos moradores nas casas das ilhas barreira, ocorrida no dia anterior.
Como se pretenderá que as notícias sejam credíveis, cabe aqui fazer uma pequena correcção, que decorrerá de simples exercício aritmético.
Refere o vosso artigo que estariam presentes pouco mais de 300 manifestantes (outros artigos até conseguiram subtrair uma centena).
No entanto, e salvaguardando sempre o grau de fiabilidade do cálculo exercido por olheiros menos experiente, vamos então ao exercício.
Saíram de Olhão 11 autocarros que, na sua totalidade, transportaram bem mais de 400 pessoas. Se somar-mos a estas as mais de 100 que se lhes juntaram aí na capital, obtemos um total que se aproximará do dobro daquilo que foi noticiado.
E se este facto pode parecer de importância secundária, quem lá esteve e principalmente para quem acompanha e apoia a nossa luta, exige que seja feita esta correcção por ser de direito e, principalmente porque é a verdade. E nós como gostaríamos de poder lidar contra igual princípio…
O signatário junta uma foto que gostaria pudesse ilustrar o supra versado. No entanto esta foto só consegue enquadrar a lateral direita da escadaria de acesso à AR. A parte central e lateral esquerda também se lhes assemelhavam. Bastará, obviamente, calcular…
Cabe aqui, igualmente, verter um pouco do sentimento abrangente que norteia a luta daqueles que defendem o que lhes pertence.
Nós somos ilhéus. Somos ilhéus de coração, de paixão, transportamos nos genes o que herdámos dos nossos progenitores. Esse amor, este carinho que só nós entendemos. Essa faculdade de defendermos o legado que nos vai no sangue e suporta a alma. A obrigação e dever de proteger a nossa identidade. De transmitir aos nossos filhos um passado histórico que perpetuará a nossa memória. E por estes valores lutaremos até que hajam forças. Faremos o que o alcance do nosso entendimento ditar.
Os Algarvios (a maiúscula é da minha responsabilidade) são um raça diferente, no sentir, no estar, naquilo que herdaram da genética mediterrânica, na sua relação com o mar. Na sua poesia e saber. Na sua capacidade de adaptação e resistência às incursões bárbaras dos povos vindos do norte. Mas a tolerância tem os seus limites. E que o digam os franceses…
No entanto os indígenas desta faixa a sul, já descrita por Avieno, sempre mendigaram junto do poder da capital. De rabo entre as pernas e retorcendo o chapéu já muito amarrotado, lá iam conseguindo a muito custo sacar uma mão cheia de promessas que os iam acalmando. Promessas, porque raramente não passavam disso.
Hoje, igualmente, vivemos de promessas. E destas, as que realmente foram concretizadas quando se lutou até ao fim, tiveram sempre um custo acrescido, uma moeda de troca.
Nesta questão do POOC e do seu carrasco POLIS, instrumentos fundamentalistas de uma política ambiental desumana, vedaram-se os olhos às autarquias que as viabilizaram com uns bolinhos que nunca foram amassados… e agora só resta lutar.
O autor deste desabafo esteve no interior da AR a assistir à malfada cessão e sente-se humilhado com a forma como foi tratada a questão. Como se estivessem a decidir a cor do carimbo das laranjas algarvias para exportação… quando o que está em jogo é a vida das pessoas e todos aqueles valores que nos obrigam.
Mais! A proibição de declaração de voto a todas as bancadas, não só é humilhante como revela um profundo desprezo por uma questão que nos é tão sensível.
Na casa da democracia assisti in loco ao que só tem eco nos regimes totalitários.
Por tudo isto a luta não vai parar e os indígenas saberão dar a resposta adequada a esta coligação totalitária nas alturas das palmadinhas nas costas e sorrisos mascarados.
Aqueles valores têm que ser defendidos.
A luta continua.
Jorge Rico

Nota do Olhão Livre: Como no Olhão Livre duvidamos que o Correio da manhã divulgue a carta aqui fica o nosso contributo para a divulgação da carta de Jorge Rico.
Sobre o conteudo da carta  de realçar que nesse mesmo dia fizemos um artigo, onde  registamos a nossa revolta pelo comportamento fascista da mesa da Assembleia da República, ao  não deixarem os deputados fazerem a sua declaração de voto oral, quando os deputados de todos os partidos o queriam fazer.
Se alguém pensa que aquela é a casa da democracia desengane-se,aqule á a casa onde os partidos da maioria fazem da democracia tábua raza.Isso só acntece porque continuamos a votar em politicos que estão mais interessados na defesa do seu tacho que na defesa dos cidadãos que os elegem.

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