Carta de um cidadão indignado sobre as mentiras do Correio da Manhão sobre o Nº de pessoas na Manifestação em Defesa da Ria Formosa que levou mais de 600 pessoas a São Bento.
Pela foto dá para ver que não foram só 300 as pessoas revoltadas em São Bento.
"Como não sei quando vão publicar e porque não podemos deixar "arrefecer" a nossa luta, aqui vai o texto que enviei ao CM:
Sr. Director
Nós somos ilhéus
Publicou o vosso jornal na edição de sábado 7 de Março um artigo
versando a manifestação junto da Assembleia da República, por parte dos
moradores nas casas das ilhas barreira, ocorrida no dia anterior.
Como se pretenderá que as notícias sejam credíveis, cabe aqui fazer uma
pequena correcção, que decorrerá de simples exercício aritmético.
Refere o vosso artigo que estariam presentes pouco mais de 300
manifestantes (outros artigos até conseguiram subtrair uma centena).
No entanto, e salvaguardando sempre o grau de fiabilidade do cálculo
exercido por olheiros menos experiente, vamos então ao exercício.
Saíram de Olhão 11 autocarros que, na sua totalidade, transportaram bem
mais de 400 pessoas. Se somar-mos a estas as mais de 100 que se lhes
juntaram aí na capital, obtemos um total que se aproximará do dobro
daquilo que foi noticiado.
E se este facto pode parecer de
importância secundária, quem lá esteve e principalmente para quem
acompanha e apoia a nossa luta, exige que seja feita esta correcção por
ser de direito e, principalmente porque é a verdade. E nós como
gostaríamos de poder lidar contra igual princípio…
O signatário
junta uma foto que gostaria pudesse ilustrar o supra versado. No entanto
esta foto só consegue enquadrar a lateral direita da escadaria de
acesso à AR. A parte central e lateral esquerda também se lhes
assemelhavam. Bastará, obviamente, calcular…
Cabe aqui, igualmente, verter um pouco do sentimento abrangente que norteia a luta daqueles que defendem o que lhes pertence.
Nós somos ilhéus. Somos ilhéus de coração, de paixão, transportamos nos
genes o que herdámos dos nossos progenitores. Esse amor, este carinho
que só nós entendemos. Essa faculdade de defendermos o legado que nos
vai no sangue e suporta a alma. A obrigação e dever de proteger a nossa
identidade. De transmitir aos nossos filhos um passado histórico que
perpetuará a nossa memória. E por estes valores lutaremos até que hajam
forças. Faremos o que o alcance do nosso entendimento ditar.
Os
Algarvios (a maiúscula é da minha responsabilidade) são um raça
diferente, no sentir, no estar, naquilo que herdaram da genética
mediterrânica, na sua relação com o mar. Na sua poesia e saber. Na sua
capacidade de adaptação e resistência às incursões bárbaras dos povos
vindos do norte. Mas a tolerância tem os seus limites. E que o digam os
franceses…
No entanto os indígenas desta faixa a sul, já descrita
por Avieno, sempre mendigaram junto do poder da capital. De rabo entre
as pernas e retorcendo o chapéu já muito amarrotado, lá iam conseguindo a
muito custo sacar uma mão cheia de promessas que os iam acalmando.
Promessas, porque raramente não passavam disso.
Hoje, igualmente,
vivemos de promessas. E destas, as que realmente foram concretizadas
quando se lutou até ao fim, tiveram sempre um custo acrescido, uma moeda
de troca.
Nesta questão do POOC e do seu carrasco POLIS,
instrumentos fundamentalistas de uma política ambiental desumana,
vedaram-se os olhos às autarquias que as viabilizaram com uns bolinhos
que nunca foram amassados… e agora só resta lutar.
O autor deste
desabafo esteve no interior da AR a assistir à malfada cessão e sente-se
humilhado com a forma como foi tratada a questão. Como se estivessem a
decidir a cor do carimbo das laranjas algarvias para exportação… quando
o que está em jogo é a vida das pessoas e todos aqueles valores que nos
obrigam.
Mais! A proibição de declaração de voto a todas as
bancadas, não só é humilhante como revela um profundo desprezo por uma
questão que nos é tão sensível.
Na casa da democracia assisti in loco ao que só tem eco nos regimes totalitários.
Por tudo isto a luta não vai parar e os indígenas saberão dar a
resposta adequada a esta coligação totalitária nas alturas das
palmadinhas nas costas e sorrisos mascarados.
Aqueles valores têm que ser defendidos.
A luta continua.
Jorge Rico
Nota do Olhão Livre: Como no Olhão Livre duvidamos que o Correio da manhã divulgue a carta aqui fica o nosso contributo para a divulgação da carta de Jorge Rico.
Sobre o conteudo da carta de realçar que nesse mesmo dia fizemos um artigo, onde registamos a nossa revolta pelo comportamento fascista da mesa da Assembleia da República, ao não deixarem os deputados fazerem a sua declaração de voto oral, quando os deputados de todos os partidos o queriam fazer.
Se alguém pensa que aquela é a casa da democracia desengane-se,aqule á a casa onde os partidos da maioria fazem da democracia tábua raza.Isso só acntece porque continuamos a votar em politicos que estão mais interessados na defesa do seu tacho que na defesa dos cidadãos que os elegem.
sábado, 14 de março de 2015
Protesto em São Bento em Defesa da Ria Formosa: Cidadão indignado, exige que a verdade seja reposta!
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