domingo, 22 de março de 2015

RIA FORMOSA: O ANTES E DEPOIS DE...

O marketing, enquanto ciência que visa criar necessidades, dava os seus primeiros passos e já era utilizado para convencer as pessoas da utilidade de certas mudanças de atitudes, de comportamentos e de politicas.
Alguns ambientalistas utilizaram o marketing para justificarem uma defesa fundamentalista da natureza, perdendo por completo a noção do equilíbrio entre as necessidades do Homem e a própria natureza.
No vídeo, de 1985, constante do link que a seguir deixamos, é patente o que se preparava para a criação do Parque Natural da Ria Formosa, criado pelo decreto-lei 373/87. Cliquem e vejam em http://www.rtp.pt/arquivo/index.php?article=153&tm=28&visual=4 alertando para a duração do vídeo de 27 minutos.
Antes da criação do Parque as pessoas que viviam da Ria, utilizavam toda a espécie de artes para a apanha do seu sustento. Com a criação do Parque, todas essas artes foram proibidas e quando era suposto que por força dessas restrições, aumentasse em quantidade e qualidade as diversas espécies existentes na Ria, a realidade é inversa, todas elas diminuíram.
A culpa, então invocada, era das redinhas, dos tapa-esteiros, dos arrastos, dos chalrões e de tantas outras artes como se pode ver no vídeo. Tudo foi proibido, e agora?
Diziam que a apanha de bivalves, então estimada em quatro mil toneladas por ano, era excessiva, mas hoje com as restrições impostas não vai alem das 1.200 toneladas, com uma densidade muito inferior à da época. Então a que se deve a redução da apanha de bivalves, depois das restrições?
No vídeo é visível a quantidade de seba, plantas de fundo produtoras do oxigénio presente na agua do mar e de protecção contra os predadores aquando da desova das diversas espécies, que hoje está completamente desaparecida, apesar da proibição de tudo aquilo que apontavam como causa da degradação ambiental da Ria.
Pretendia-se a proibição dos esgotos dispersos para a Ria mas passaram a concentrá-los nas ETAR e a emenda foi pior que o soneto.
A protecção das aves também não passa de outra desculpa. É que quando se alega o stress das aves  ou a apanha dos ovos provocado pela presença humana, mais não se está a fazer do que pretender correr com a população indígena da Ria Formosa. Os movimentos de quem trabalha na Ria são lentos e as aves até  os acompanham por porem à vista o alimento que procuram. Pior, bem pior do que isso, são as pessoas a correr, com movimentos rápidos, esses sim capazes de assustar as aves. Quanto aos ovos apanham-nos os curiosos e não a população indígena.
De qualquer das formas, a protecção das aves não pode colidir com o ganha pão das pessoas e basta ver que os patos consomem mais peixe que a população inteira de Olhão.
Quanto ao cordão dunar das ilhas barreira, atribui-se a sua degradação ao edificado, embora se reconheça minimamente o impacto negativo da alteração hridodinamica das areias provocada pelos molhes de Vilamoura e esporões de Quarteira.
Desde a construção dos molhes e dos esporões aliada a uma ausência de defesa e combate à erosão costeira, que o cordão dunar, particularmente a primeira linha de dunas, tem vindo a degradar-se. Se o mar leva a areia do cordão dunar, é óbvio que a duna desaparece e aquilo que ontem era a duna primaria passou a zona de uso balnear. 
Com a treta da duna primaria, uma autentica treta, porque o que hoje é primário, amanhã deixa de o ser, encontram a justificação para as demolições.
A criação do Parque veio criar restrições à produção da Ria, degradando o desenvolvimento económico e social sem qualquer contra-partida ambiental de protecção da natureza, pelo contrario, só trouxe degradação.
Isto não significa que estejamos contra o Parque mas sim contra a forma como são tratados os diversos problemas da Ria que deveria ser realmente protegida e não para a pôr ao dispor dos enormes interesses ocultos. 
O Parque Natural da Ria Formosa tresanda a corrupção, essa é que é a verdade!

1 comentário:

Anónimo disse...

O Parque Natural da Ria Formosa tresanda a corrupção? Eu não acredito!Vejam só, um organismo no nosso país, com esses atributos. Quantos doutores, gestores e outros ores existem naquele parque a mamar na teta do animal. É só contá-los e multiplicar pelos seus vencimentos.