Hoje fui brindado com uma serie de publicações do Parlamento Europeu, através do seu escritório em Portugal, de entre as quais destaco o debate que se irá realizar na próxima sexta-feira, no Auditório da UALG em Gambelas, Faro.
E quero começar por mostrar a estranheza por tanta publicação e por a UE, e o seu gabinete em Portugal, acordar, depois de anos de silencio.
A UE tem gabinetes espalhados pelo País, junto das CCDR, o que não a impede de viver na maior das ignorâncias, e não há pior cego que aquele que não quer ver, quanto ao que se passa neste País, seja na transposição das directivas comunitárias ou na péssima aplicação de fundos comunitários ou ainda na degradação ambiental dos recursos naturais.
Os fundos comunitários ajudaram a destruir a pesca portuguesa, sendo aplicados no abate da frota em lugar de procederem à sua modernização. Semelhante atitude tiveram com a agricultura, com produtores a receberem incentivos para abandonar a produção. E por aí fora, criando as condições para, cada vez mais, ficarmos dependentes do exterior, criando e ampliando a malfadada divida que serve de instrumento para o empobrecimento do Povo.
A UE, na qual fomos integrados sem o mínimo respeito pelos principios democráticos de submeter a referendo popular uma tal decisão, desde o inicio que nos condenou à prestação de serviços e por isso promoveu a destruição do sector produtivo, na qual investiu muitos milhões, que se fossem aplicados de outra forma não só não teriamos a colossal divida, como seriamos um País desenvolvido. Mas precisavam de um Povo pobre e fizeram-no!
É neste contexto que deve ser encarado o debate que agora vai ser realizado, a continuação da detioração das condições de trabalho e vida da população do Algarve, desconfiando do que poderá estar por detrás.
A protecção do recurso natural que é o mar, não impede nem colide com o desenvolvimento se forem respeitados os princípios da sua sustentabilidade ambiental.
Ora, neste momento somos confrontados com a exploração de gaz de xisto e ou petróleo na costa algarvia, o que pode pôr em causa a segurança das populações devido a estarmos situados numa zona de grande intensidade sísmica, que sobrevive muito das potencialidades turísticas que podem ser gravemente afectadas por aquela actividade caso haja algum acidente, como vai afectar a pesca, não só pelas margens de segurança, como pela mortalidade do peixe provocada pelos rebentamentos ou pela poluição, sem que se vislumbrem contrapartidas credíveis para a região e para as pessoas que venham a ser prejudicadas mas também para o próprio Estado que vai receber migalhas.
Não quero deixar de trazer à baila a pesca e a forma como ela é afectada pela poluição.
A UE emitiu a directiva comunitária sobre o tratamento de aguas residuais, que levou cerca de sete anos a ser transposta para o direito nacional, o que por si só demonstra bem a forma como os nossos governos tratam as questões ambientais. Mas aquela directiva deixa muito a desejar, tornando aquilo que deveria ser um tratamento, numa fonte de poluição, não obrigando à monitorização dos contaminantes metais pesados e permitindo que o mar seja enriquecido por enormes quantidades de fosforo e azoto, muitas toneladas/ano com impactos significativos no meio marinho.
O peixe, conforme as espécies, pode consumir zooplancton e ou fitoplâncton que é afectado pela presença excessiva de fosforo e azoto. Sobre isto não há qualquer intervenção no debate, deixando para a mãe natureza, a responsabilidade pela falta de peixe na costa.
A única preocupação é de facto com a qualidade da agua para uso balnear.
Por outro lado, ao marcar a sessão para aquele local e hora, é mesmo de quem não quer a presença do publico interessado e prejudicado, os pescadores.
Sobre a criação do Mar Europeu, o nosso mar para ser utilizado por todas as potencias europeias de pesca menos os portugueses, nem uma palavra!
E se fossem todos bugiar para outro lado, não seria melhor?
REVOLTEM-SE, PORRA!
1 comentário:
Cadê os representantes dos pescadores, dos armadores, dos mariscadores e de outras entidades do Algarve, ligadas às pescas? Essas não são ouvidos ou é preciso ser doutor para ter entrada nessas coisas, que só serve para enganar o povo. Uma grande percentagem dessa gente não sabe o que é a vida do mar, não percebem nada de nada. Acabaram com as pescas estão a acabar com os pescadores e promovem debatem para o cego ver. TENHAM VREGONHA!
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