segunda-feira, 26 de outubro de 2015

RIA FORMOSA: MAIS UM CRIME À VISTA!


No sitio da Torre de Aires, zona que está inserida no Parque Natural da Ria Formosa e sujeita ao respectivo Plano de Ordenamento, está em marcha mais uma acção que poderá constituir um atentado.
A área que se vê na imagem de cima, de acordo com a planta síntese do POPNRF, está classificada como área terrestre de protecção complementar do tipo I, pelo que requer uma autorização do Parque para aquilo que ali estão fazendo.
Mas se na planta síntese está assim, na planta de condicionantes, está classificada como Zona de Protecção Especial, pelo que estaria sujeita a maior rigor na apreciação e autorização.
Pretende-se instalar na Quinta da Torre de Aires, no sitio anteriormente designado por Balsa antiga cidade portuária do Império romano com quarenta e sete hectares, dos quais a Quinta ocupa 17, uma exploração horto-frutícola de framboesa e morangos, para a qual é necessária a implantação de estufas.
Sempre defendemos e continuamos a defender a agricultura como indispensável ao desenvolvimento do País mas no caso estamos literalmente contra e tudo faremos para evitar a sua consumação e defenderemos a reposição à situação anterior.
A nossa intransigência resulta da defesa do património arqueológico da Cidade de Balsa como da qualidade ambiental das aguas da Ria Formosa.
Se os nossos responsáveis políticos, que tanto falam na aposta turística, se decidissem pela expropriação daqueles terrenos, até por parte dele estarem em Domínio Publico Marítimo, para procederem ao estudo e recuperação do património arqueológico existente, trazê-lo à luz do dia  e promovê-lo para atracção turística, fariam bem melhor do que autorizar a sua destruição.
Mas outros interesses, sempre  dinheiro à frente de tudo, sobrepõe-se e aceita-se a destruição de um legado histórico, que convinha preservar.
Por outro lado, todos sabemos como é a produção intensiva de framboesa e morangos onde são utilizadas caldas de nutrientes que pelas características do solo, vão escorrer para a Ria Formosa, envenenando mais uma zona.
Será que o Parque Natural da Ria Formosa autorizou esta exploração? É que procuraremos saber, questionando directamente a direcção do Parque. De qualquer das formas, parece-nos que ao Parque não resta outra solução que impedir aquilo que se poderá considerar mais um crime contra a Ria Formosa.
Mas também não nos admiramos, porque já autorizaram a construção de um campo de golfe que vai até dentro da Ria.
Esta cambada acaba por matar qualquer hipótese de vida na Ria Formosa, primeiro matando o peixe e bivalves e depois as pessoas à mingua de recursos.  F.d.P.
REVOLTEM-SE, PORRA!

5 comentários:

FM disse...

Quem me dera ser daí. Conheço a zona e tenho uma paixão pela história da Balsa. Façam o possivel... esta corja que nos governa são um bando de ignorantes !!!!

Cristina Diver disse...

...

Anónimo disse...

O mais triste é que o Parque Natural da Ria Formosa foi consultado pela empresa espanhola de Huelva que tem o arrendamento rural da propriedade do Torre D´aires aos Barafustas e autorizou a exploração das estufas de morangos e framboesas em cultura hidroponica em cima da cidade romana de Balsa. Como é possível uma área classificada pelo antigo IPPAR que foi extinto por este governo de direita como arqueológica ter uma cultura deste género?

Anónimo disse...

O ministério público que deve proteger direitos difusos como o património arqueológico não faz nada?

Anónimo disse...

Neste PAÍS à beira mar plantado vale tudo a troco de dinheiro, mas cuidado só alguns o podem fazer não se iludam é preciso ser bem feito .