terça-feira, 27 de outubro de 2015

RIA FORMOSA: QUAL FUTURO DA PRODUÇÃO DE OSTRAS?

Já aqui alertámos por diversas vezes para os problemas da produção de ostras, não sendo demais repetir vezes sem conta para que as pessoas entendam a gravidade da situação.
Desde logo porque a produção intensiva de ostras, numa zona de potencial produção de ameijoa - boa, é de certa forma substituir uma actividade por outra, já que as ostras vão consumir o alimento e oxigénio que depois vai faltar à ameijoa induzindo à sua morte.
Também já referimos que o potencial económico da produção de ameijoa pode ascender aos noventa milhões de euros, se a qualidade ecológica das aguas fosse compativel com a actividade conquicola, e isto a fazer fé em indicadores do IPMA e da direcção Regional das Pescas.
Acontece que as entidades publicas, na esteira das politicas definidas pela administração central, os subservientes governos, e da União Europeia que atribuiu ao nosso País a prestação de serviços como moeda de troca do aniquilamento do sector produtivo, entendem que as aguas da Ria Formosa apenas têm de estar compativeis com o uso balnear, que não com as actividades económicas tradicionais.
Porque os produtores de ameijoa se queixavam da poluição provocada pelas descargas de esgotos directos sem qualquer tratamento e dos efluentes despejados pelas Estações de Tratamento de Aguas Residuais como principal causa da elevada mortandade da ameijoa, aquelas entidades, estudaram a maneira de contornar o problema, promovendo a produção de ostra francesa, que a portuguesa só se dá bem no Rio Sado, a crer nestes investigadores.
Vai daí, importa-se a semente de ostra francesa, geneticamente modificada para resistir a algumas formas de poluição, mas não a todas. Em regra a semente de ostra vem da Baía de Arcachon, onde as perdas atingem os 100%, devido á mortandade provocada pelo herpes. Com a importação desta ostra, poderemos também estar a importar o virus do herpes, tal como aconteceu com a ameijoa e o parasita Perkinsus Atlanticus. Se isso vier a acontecer, depois nem ostra francesa nem portuguesa!
Entretanto surge um dado novo. Na Ria de Alvor, os produtores de ostra acusam um prejuizo de cerca de três milhões de euros, como se pode ver em http://www.rtp.pt/noticias/economia/microalga-toxica-tera-provocado-3-milhoes-de-euros-de-prejuizo-na-ria-de-alvor_v868400, fruto de uma microalga, dizem.
Resta saber a origem de tal alga, se importada ou não, mas da qual não havia relatos ou episódios que pudessem justificar a mortandade provocada,e que o IPMA tarda em identificar.
Certo é que também na Ria Formosa se vem verificando o  aumento da mortalidade da ostra sem que seja dada uma explicação por parte do IPMA, que há muito deveria ter investigado as causas de tão elevada mortalidade.
Também não será por demais lembrar que no, âmbito do Polis, foi efectuado um estudo constante do livre do Forward, no qual se atribuía um quadro de densidades para ameijoa, mas que não estabelecia qualquer densidade para a produção de ostras, numa clara intenção de levar a produção de ameijoa para a extinção.
Governo e UE, com estas praticas politicas, acabam por determinar o aniquilamento das principais actividades económicas tradicionais na Ria Formosa, lançando na miséria e fome milhares de familias que na Ria encontram  seu sustento.
Por tudo isso, os produtores de ameijoa, devem mostrar toda a sua indignação e revolta.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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