Apesar da temperatura das águas da Ria Formosa terem baixado um pouco, assiste-se a uma mortandade elevada da ameijoa - boa, a que não será alheia de descargas de águas residuais mal tratadas e improprias para a actividade conquicola.
Em condições normais, a subida de temperatura obriga os bivalves a consumirem mais oxigénio e como a Ria está infestada com o parasita Perkinsus Atlanticus que afecta as vias respiratorias da ameijoa, estas debilitadas acabam por morrer.
Estudos independentes, mostram que o Perkinsus encontra na elevada carga orgânica o meio propicio à sua propagação, mas as autoridades não parecem encarar o problema por esse prisma e como já nos habituaram, contornam-no.
Se o problema se põe em relação à ameijoa, não se coloca em relação à ostra, o que leva as entidades publicas envolvidas a promoverem a substituição da produção de ameijoa pela ostra. E isso vai de encontro às pretensões dos interesses franceses, que vêem na Ria Formosa, o sitio ideal para desenvolverem as suas explorações.
Os franceses e seus testas de ferro não olham a meios quando se trata de ganhar dinheiro, ainda que a forma como o pretendem fazer, ainda degrade mais a Ria Formosa.
A Ria Formosa é suficientemente grande para albergar os diversos tipos de exploração, mas se tivermos em conta que a produção intensiva de ostras, com a sua grande capacidade de filtração e consumo de alimento e oxigénio, é natural que a ameijoa - boa sucumba na competição entre as espécies. Para evitar isso, deveriam ser criadas zonas para a produção de ameijoa e outras p+ara a produção de ostras, devidamente separadas e afastadas para não colidirem umas com as outras.
Para o Estado, depois da aprovação da Lei de Bases do Ordenamento Marítimo e do decreto que estabelece o Regime de Utilização dos Recursos Hídricos (decr. 226 - A/2007), esta situação vem mesmo a preceito para fazer dinheiro com os viveiros da Ria Formosa, submetendo-os a leilão, nos quais os franceses estarão em melhores condições que os produtores portugueses. Para o Estado, e essa tem sido a sua prática, trata-se de vender tudo que possa valer dinheiro, até mesmo o Povo.
Os produtores de ameijoa, confrontados com a elevada mortalidade, acabam por abandonar a actividade ou cedendo as suas explorações por tuta e meia, ao novo ocupante invasor.
Esquecem no entanto, que os produtores franceses da Baía de Arcachon, França, têm perdas que chegam a atingir os 100%, e que qualquer regime intensivo, seja no mar ou em terra, trás consigo a degradação dos recurso naturais. Mas é pelas elevadas perdas que têm no seu País que a máfia francesa da produção de ostras se vem instalar em Portugal, com a cumplicidade das autoridades nacionais que deveriam ter em conta o estatuto de Parque Natural que a Ria Formosa tem, para desenvolver a produção da ostra portuguesa, controlada por portugueses.
Embora compreendendo a situação de desanimo e da falta de rendimentos dos produtores de ameijoa da Ria Formosa, que eles têm a fazer é lutar contra a poluição para que seja possível produzir uma ameijoa com elevada qualidade e mandar a produção de ostras para outro local que não na área de produção de ameijoas de Olhão, assim como rejeitar o leilão que vai surgir daqui a uns meses.
REVOLTEM-SE, PORRA!
2 comentários:
Primeiro foi os Espanhois a comprar casas e viveiros para serem residentes na Culatra e agora temos a invasão dos Franceses com as ostras, onde andam as autoridades, APA, DGRM, PNRF/DCNF, Capitania, C.M Olhão.
mostalidade das ostras ja está no algarve tal como estava na franca ou seja por exemplo o camarada rui de alvor perdeu 95% da producao sera que a microalga tambem veio de franca?
vamos ver se as ameijoas nao vao tambem todas ao ar, vejam noticia aqui http://www.rtp.pt/noticias/economia/microalga-toxica-tera-provocado-3-milhoes-de-euros-de-prejuizo-na-ria-de-alvor_v868400
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