sábado, 17 de outubro de 2015

OLHÃO / ALGARVE: PORQUE NÃO NOS MATAM LOGO?

Desde 5 de Outubro que os partidos do arco do Poder e da corrupção andam frenéticos na esperança de alcançarem os tachos ou mantê-los, à custa de otários que ainda não perceberam o logro das eleições.
É evidente que a comunicação social, subjugada e manipulada, omite a realidade do País e do descalabro que tem sido a governação ao longo dos tempos pós 25 de Abril.
Toda a austeridade que nos tem sido imposta, é fruto da pressão dos mesmos credores que estariam em risco quando compraram a divida publica, divida essa criada premeditadamente e com objectivos bem claros.
Qualquer cidadão pode aceder na net, aos números da Balança de Pagamentos e verificar que depois de 1983, apenas num ano (2013) apresentou resultados positivos, e mesmo assim num valor residual.
O desequilíbrio na balança de pagamentos mostra os efeitos da destruição do sector produtivo, como pescas, agricultura, extracção mineira e industria, a mando da UE que destinou ao nosso País a prestação de serviços. Claro que a UE sabia que ao destruirmos o sector produtivo, estávamos obrigados a importar mais do que exportávamos, provocando uma maior saída de divisas do que as que entravam, e com isso criando divida, a divida que nos inferniza. Portanto a UE tem muitas culpas em tudo aquilo que se se tem passado e vai continuar se...
Mas quem comprava a divida? Quando os nossos governantes e a comunicação social fala nos mercados, está a referir-se à banca, que era quem comprava a divida, sendo por isso a grande beneficiaria, e tanto mais beneficiaria quanto maior fosse a divida. Certamente todos se lembrarão de durante anos a fio, os bancos anunciarem, cada um deles, centenas de milhões de euros. Mas a banca ia buscar o dinheiro ao Banco Central Europeu a 1% para depois cobrar 4%, logrando um juro agiota e uma margem de lucro de trezentos por cento. Só que a ganancia foi de tal ordem que a partir de 2010 deixou de ter acesso aos mercados por excesso de endividamento. Daí à necessidade do famosos resgate que serviu ara salvar a banca falida com os portugueses a pagarem parte substancial da divida contraída pela banca.
Devemos também dizer que uma boa parte da divida foi criada por actos de corrupção ou de praticas próximas, como as que se registaram nas obras publicas, adjudicadas a meia dúzia de empresas beneficiarias, assim como as celebres PPPs, com os privados a lucrarem rios de dinheiro à custa do erário publico e do Povo, ou as concessões do domínio publico com contratos leoninos, em que os concessionarios não correm qualquer risco, ficando esse por conta das famosas rendas.
Porque estão bem identificados os beneficiarios da criação da divida, nada mais natural do que serem eles a pagar e não o Povo que não a criou e muito menos dela beneficiou.
A UE, dirigida por neo-liberais sem escrúpulos, para quem o dinheiro está acima das pessoas, entendem que é o Povo quem tem de pagar os erros deles próprios e de quem, submissamente, aceitou as regras impostas, destruindo o sector produtivo e os postos de trabalho, lançando os pagadores de sempre, o Povo na fome e miséria.
É neste contexto que se procura formar um novo governo, tão de direita quanto o anterior, porque incapaz de se opor aos ditames de uma UE, cada vez mais virada à direita e sem qualquer preocupação social. Para que o novo governo seja de esquerda não basta contar com o apoio de partidos de esquerda, mas sim de uma mudança profunda de politicas que visem  a satisfação das necessidades do Povo, promovendo a auto-suficiência e a empregabilidade com um salário justo.
Portanto qualquer governo que não tenha em vista a retoma do sector produtivo e de condições de trabalho dignas e devidamente remuneradas, jamais será de esquerda.
Para que isso seja possível, esse governo terá de dizer 
NÃO AO PAGAMENTO DA DIVIDA!
NÃO AO EURO!
NÃO À UE!

2 comentários:

antónio terramoto disse...

Estou de acordo, a situação só se tem degradado depois do 25 de Abril.
Vivó Catano!

a.terra disse...

Meu caro comentador, não utilize o meu nome para comentar. Se acha que o texto está correcto, faça a sua apreciação sem constrangimentos.