terça-feira, 26 de novembro de 2013

OLHÃO: GOVERNO COM AUTARQUIA PREPARAM O FIM DAS ACTIVIDADES MARITIMAS

A sequencia dos últimos acontecimentos, é a demonstração da forma como Governo e autarquia preparam a liquidação das actividades piscatórias na Ria Formosa.
Depois das anunciadas demolições de casas nos ilhotes, da visita do Inspector.Geral das Pescas e da reclassificação das zonas de produção de bivalves e da recusa do governo em rever os planos de ordenamento que incidem sobre a Ria, decorria ao mesmo tempo um Congresso para a dinamização turística, faz todo o sentido pensar que a pesca tem os dias contados, sendo substituída por outra actividade económica, mais do interesse dos grandes grupos económicos do que das pessoas.
E assim, fazendo crer que vai tomar uma atitude, mas na realidade nada fazendo, o presidente da Câmara Municipal de Olhão convocou uma reunião para discutir a presente situação da Ria. Esta reunião não foi do conhecimento geral como seria de esperar tendo em conta tratar-se de um direito difuso e que a toda a população diz respeito.
O presidente da Câmara Municipal de Olhão continua a sua cruzada contra o Povo que o elegeu.
Todos os estudos apresentados assentam em bibliografia do século passado, obedecendo a realidades diferentes dos dias de hoje. Tal não acontece por acaso, obedecendo a estratégias politicas de destruição de um importante sector como a produção de bivalves.
E tanto assim é, que existem documentos comprovativos de que se preparam para a relocalização dos viveiros, mas porque era susceptível de gerar grandes protestos avançam de uma forma mais pratica, apresentando analises feitas sem qualquer rigor cientifico, mas que dão um jeito tremendo, para condicionarem e induzir ao abandono da actividade.
Agora são os coliformes fecais, amanhã serão as biotoxinas e a morte da ameijoa, causada de forma indirecta pela poluição na Ria e na sequência das descargas de águas residuais urbanas das ETAR.
Quer os coliformes, quer as biotoxinas provêm do mesmo sitio, as ETAR.
Ainda que o Decreto Lei 236/98 obrigasse o IPIMAR à elaboração de um Relatório que deveria ser tornado publico, mas que não fez, sobre a qualidade das águas conquicolas, nunca foram referenciados os valores de biotoxinas provenientes das ETAR. Hoje sabe-se que as ETAR produzem fitoplancton potencialmente tóxico e que degenera em biotoxinas sob determinadas condições ambientais.
Mesmo que agora consigam contornar o problema dos coliformes, e é duvidoso que o consigam, depois serão confrontados com surtos de biotoxinas cada vez mais regulares e mais duradouros.
A única solução, é acabar com a poluição da Ria Formosa, reutilizando as águas residuais urbanas na agricultura.
O momento é revoltante e os produtores de ameijoa têm o direito de exigir melhores condições para a sua actividade.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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