quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PERNA CURTA DA MENTIRA NA RIA FORMOSA


A situação de calamidade vivida na Ria Formosa com a recente reclassificação das zonas de produção de bivalves, é motivo quanto baste para insistirmos no assunto, procurando a cada dia que passa, dar mais e melhores informações.
Assim fomos descortinar uma aberração a que deram o pomposo nome de Relatório Cientifico e Técnico de 2012, da responsabilidade do IPIMAR, do qual apresentamos a imagem da capa e da tabela de classificações atribuídas às diversas zonas da Ria no período compreendido entre 1990 e 2009.
A primeira questão que se levanta tem a ver precisamente com o período compreendido porque não se compreende como um relatório efectuado em 2012, não contemple os anos imediatamente anteriores, 2010, e 2011. E se levantamos esta questão, é pela simetria que nos é apresentada com os relatórios do Projecto Quasus, realizado no âmbito da Polis Litoral da Ria Formosa.
Curiosamente nestes Relatórios Científicos e Técnicos já se admite que o impacto das descargas das ETAR atinja os 1500 metros, contrariando tudo o que tem sido dito após 2001 de que se resumiria a cerca de 400 metros, quando é certo que, se a classificação do litoral da Ria Formosa foi reclassificado em zona B, é porque já atinge a linha de costa. Que temos aldrabões a bordo já sabíamos, mas tanto também não!
Por outro lado, nestes relatórios reconhece-se a influencia das ETAR na contaminação microbiologica das águas conquicolas, ainda que tendam a disfarçar, branquear o assunto.
Dada a ligação ao Projecto Quasus, da responsabilidade da mesma instituição, fomos também verificar das alarvidades e mentiras dos seus autores, de entre os quais destacamos a subscritora/vereadora eleita pelo PSD, que se ajoelhou perante os ditames da direcção politica da instituição. Fica-lhe bem a traição ao seu Povo.
Mas o mais importante é o conteúdo do Projecto Quasus, pelo significado que tem para a Ria Formosa.
Assim em http://www.polislitoralriaformosa.pt/downloads/forward/20_Ecoli_IPIMAR.pdf pode ver-s a evolução do estatuto sanitário das águas da Ria Formosa e desde logo se percebe que, ao recuar ao ano de 1990 se pretende fazer a comparação entre o antes e depois das ETAR. Não será demais lembrar que a transposição da directiva comunitária sobre águas residuais data de 1997. E como não podia deixar de ser, a conclusão óbvia, no fim, para se dizer que o aumento da contaminação se deve a "UM AUMENTO PONTUAL NOS PERÍODOS DE CHUVA INTENSA" como que a querer dizer que do céu já vem merda.
Mas o Projecto Quasus não se fica por aqui e assim em http://www.polislitoralriaformosa.pt/downloads/forward/19_NutrientesQualidadeAmeijoas_IPIMAR.pdf pode constar-se que a Razão Azoto (N)/Fosforo (P) aumenta em 2010 e 2011 em relação a 1992/1993 ou a 1986/1987. Ora já denunciámos por diversas vezes os níveis de azoto e fosforo descarregados pelas ETAR, neste relatório desvalorizado pela "escorrências superficiais da agricultura" inexistente.
Mas também se pode constar que os valores de clorofila aumentaram em relação a 1986 e 1987. Ora a clorofila, enquanto parâmetro, permite avaliar do grau de eutrofização da Ria Formosa e que com o seu crescimento, obviamente aumenta a presença de macro-algas que vão fazer o consumir o oxigénio dissolvido na agua.
Em resumo, mesmo os documentos apresentados no sentido de branquearem os crimes cometidos, acabam por pôr a nu a mentira que esta cambada tem feito passar, como se as ETAR não estivessem a matar a Ria Formosa. Afinal o que está a mais: os viveiros ou as ETAR? Que sejam claros!
Quanto aos nosso autarcas não revelam a menor sensibilidade para resolver um problema que atinge gravemente o concelho, que põe em causa o sustento de milhares de famílias. E se é certo que as ETAR não dependem deles, também não é menos certo que bem podiam organizar uma ampla discussão publica com todas as partes interessadas, como os produtores, os agentes económicos, os ambientalistas e o publico em geral. Aquilo que o presidente da Câmara Municipal de Olhão fez, convocar uma reunião para convidados na qual ouviu os desabafos de quem sofre, mas que não passam disso mesmo. Se mostrassem a indignação e revolta, os autarcas estavam obrigados a ter outra postura,
REVOLTEM-SE, PORRA!

2 comentários:

Anónimo disse...

a culpa disso é de certos donos das depuradoras, que estão feitos com o pininha.
mandaram bergão cheio de toxinas para espanha ,depois em espanha analizaram viram que tinha toxinas e devolveram à procedência,até na doca descarregaramtonelas de bergão contaminado.
como não quiseram devolver a massa aos espanhois estes fizeram queixa,vieram cá e exigiram analises ao ipimar. e deu a barraca que aí esta formada.
agora enchem a barriga com a amêijoa do Tejo dizendo como estava hoje na praça que era amêijoa boa.

Anónimo disse...

A verdade é que estes relatórios científicos relatam os dados mas não descrevem os outros e quando são enviados aposto que são postos num dossier e ninguém olha para eles com a crítica que deviam ser olhados dado o dinheiro envolvido nestes projectos. Desta forma muitas vezes o dinheiro da União Europeia é usado para burocracias e tachos e não para a investigação em si!